Assustado com as ameaças que recebe desde a noite do último domingo, o auxiliar Rodrigo Castanheira – que cometeu grave erro no Maracanã ao não validar um gol do Vasco diante do Flamengo – foi à Cidade da Polícia na tarde desta terça-feira. O árbitro prestou queixa para assegurar a sua integridade física. Ele foi ameaçado por torcedores do Vasco através das redes sociais e reuniu todas as manifestações em um pen-drive para apresentar às autoridades.

A decisão de fazer um boletim de ocorrência aconteceu após reunião na sede da Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro). Ainda abalado, Castanheira se encontrou com Jorge Rabelo, presidente da Comissão de Arbitragem de Futebol do Rio de Janeiro (Coaf-RJ), e Rubens Lopes, presidente da Ferj. A entidade que comanda o futebol carioca colocou o seu departamento jurídico a disposição do juiz.

A esposa de Castanheira é policial civil e também acompanha o caso de perto. "Se dão tanta porrada em torcedor, imagina quando encontrarem o árbitro na rua. A coisa extrapola, os ânimos ficam inflados e começa a atingir o homem, a sua família. Ele está assustado", comentou Rabelo ao UOL Esporte.

O presidente da Coaf-RJ pretende proteger o profissional e evitar que o árbitro seja escalado nas próximas rodadas do Campeonato Carioca. Castanheira ficará algum tempo sem ser relacionado , embora o dirigente descarte que tenha ocorrido qualquer tipo de punição. Rabelo planeja dar tempo para que ele se recomponha.

O lado emocional de Castanheira é preocupação da Ferj. Ele terá acompanhamento psicológico para que possa superar a polêmica. "Quando a poeira baixar, na próxima semana, vamos iniciar um trabalho com ele. Também vamos aproveitar esse episódio para explicar cientificamente o motivo de ele não ter visto o lance", comentou Rabelo.

Derrotado por 2 a 1 no clássico com o Flamengo, o Vasco atacou a arbitragem logo após o duelo. O diretor executivo Rodrigo Caetano quebrou o protocolo e concedeu entrevista coletiva para reclamar da situação e expor toda sua insatisfação com o erro.

Horas depois, a página de Castanheira no Facebook foi invadida por vascaínos que o ofenderam - a conta nesta rede social já foi apagada. Os dados pessoais do profissional também foram divulgados na Internet.