O primeiro grande show de bola da Copa no Brasil foi dado ontem, pela Holanda, na Fonte Nova, ao golear impiedosamente a Espanha, atual campeã mundial e bicampeã europeia por 5 a 1. E, por incrível que possa parecer, o placar pode ser considerado até modesto tantas foram as oportunidades de gol criadas por Robben, Van Persie, Sneijder e cia. O massacre acabou se tornando também vingança cruel, prato degustado a frio, para devolver a frustração da derrota na final da Copa da África do Sul, em 2010.

Impossível não se encantar com o lindo espetáculo de futebol protagonizado pela nova versão da Laranja Mecânica dos anos 70. A magia holandesa, entretanto, me provocou um temor duplo:

1) Terá pintado o campeão?

2) A Espanha será a adversária do Brasil nas oitavas de final, dando início à temida sequência de confrontos com rivais que já conquistaram a Copa? Espanha, Itália, Alemanha (ou França) e Argentina é, por exemplo, um caminho possível até à final... Isso sem falar na Holanda!

Há quem já aposte, porém, que os espanhóis nem sequer passarão à próxima fase, sendo superados pelo Chile e repetindo o fiasco de dois outros campeões do mundo que defendiam os seus títulos: os franceses, em 2002, e os italianos, em 2010. Será?


Acabado

Se o técnico espanhol Vicente del Bosque quiser reagir nessa Copa precisará ter a coragem de barrar um dos monstros sagrados da sua seleção. Trata-se de Xavi, que foi um extraordinário armador mas, aos 34 anos, já não consegue mais ditar o ritmo do meio-campo nem no Barcelona, nem na Espanha. Com ele em campo, o time joga com um a menos.


Osso duro

Não chegou a ser uma exibição excepcional, mas a atuação do México, na vitória por 1 a 0 sobre Camarões, foi muito boa, indicando que a próxima partida do Brasil na Copa, assim como a primeira, não deverá ser fácil. Não fossem dois erros calamitosos da arbitragem, anulando gols legais de Giovanni dos Santos, o triunfo mexicano teria sido até tranquilo, pois sua superioridade em campo foi incontestável.

Giovanni é filho do brasileiro Geraldo Francisco dos Santos, o Zizinho (um homônimo do grande craque rubro-negro dos anos 50). Seu pai se transferiu cedo para o futebol mexicano e por lá se radicou e casou.

Ele já participou de dois títulos que nos provocaram dissabores: no Mundial sub-17 de 2005, no Peru, e nas Olimpíadas de Londres, em 2012. Em ambos o México bateu o Brasil na final.


Mais uma lambança

Assim como Fred, Diego Costa não sofreu o pênalti marcado a favor da Espanha, que abriu o placar no jogo de Salvador. Ao contrário do centroavante tricolor, entretanto, ele não simulou ter sofrido a falta. Ao aplicar o drible no zagueiro, pisou sem querer na perna do adversário e caiu dentro da área, iludindo o juiz.


Nota 5, aprovado

Ainda sobre Fred, muita gente me perguntou como eu classificaria a atuação do artilheiro tricolor na estreia do Brasil. Simples: zero como jogador; dez como ator, média cinco, aprovado.

Mas é bom que comece a jogar logo contra o México, né?


Atenção!

Peralta, que marcou o gol da vitória mexicana na estreia contra Camarões, também já balançou duas vezes as nossas redes na final dos Jogos Olímpicos de Londres. É um exímio cabeceador, o que obriga atenção redobrada com ele, pois as bolas altas sobre a área são uma de nossas maiores deficiências.


O jogão de hoje

Depois do Holanda 5 x 1 Espanha, alguém se arrisca a fazer um prognóstico para Inglaterra x Itália, o jogaço de hoje, na Arena Amazônia? Eu, não... E esse grupo ainda tem o Uruguai!