Com os olhos marejados, Léo Moura olha para o céu na última coletiva no Ninho (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)
Em uma época em que os andarilhos ficam cada vez mais comuns no futebol, aqueles que trocam de camisa como trocam de roupa, é de se valorizar alguém que consiga ficar uma década sob um mesmo teto. Mais ainda por esse teto envolver a maior torcida do Brasil. No Flamengo, Léo Moura conseguiu esse feito, ironicamente após rodar por quase 10 clubes em poucos anos de carreira. Torcedor do Rubro-Negro desde pequeno, botou o coração na ponta da chuteira para defender as cores do time. E foi lá, com uma longa trajetória de sucesso, que ele conquistou não só seu primeiro título como profissional, mas todos: um Campeonato Brasileiro (2009), duas vezes a Copa do Brasil (2006 e 2013) e cinco Cariocas (2007, 2008, 2009, 2011 e 2014).
No entanto, chegou a hora do adeus. Após 10 anos, Léo está de saída para o Fort Lauderdale Strikers, dos EUA, por um projeto de vida, como ele mesmo diz. Como justa homenagem, o Flamengo preparou um amistoso de despedida para esta quarta-feira, às 22h (de Brasília), com o Nacional, do Uruguai. É o capítulo final de uma bela história construída com a camisa 2. É o fim do ciclo do sétimo jogador que mais vestiu a camisa rubro-negra na história, com 518 apresentações. Que sai, mas que certamente continuará acompanhando o time de coração, agora como torcedor, esteja onde estiver. Por tudo isso, a choradeira é certa, segundo ele.
- Vai ser uma choradeira danada. Sei que os torcedores que fizerem esse esforço de estar naquele momento, e os outros que também não puderem e vão acompanhar da televisão, sei que vão torcer por um atleta que se doou e foi vencedor. Vai ser uma emoção difícil de segurar. Mas também não seguro. Se tiver que chorar, vamos chorar, porque vai ser de alegria e felicidade - afirmou o capitão.
O amistoso é festivo, porém, servirá para Vanderlei Luxemburgo preparar a equipe de olho na próxima rodada do Carioca, no sábado, quando o Fla encara o Friburguense. A volta de dois jogadores importantes casou com a despedida de Léo Moura.
Recuperados de lesão, Paulinho e Anderson Pico foram relacionados para a partida e devem entrar para ganhar ritmo, uma vez que serão permitidas 11 substituições. O treinador deve usar o time titular no primeiro tempo e os reservas no segundo. A braçadeira de capitão, claro, será de Léo mais uma vez, assim como a lateral direita - Pará deve começar improvisado na esquerda.
Envolvido com a disputa do Torneio Clausura do Uruguai, o Nacional mandou ao Brasil uma equipe mista, formada por diversos atletas jovens. Os dois principais jogadores serão poupados: o meio-campo Recoba e o atacante Loco Abreu, ídolo da torcida do Botafogo, nem viajaram para o Rio, além do técnico Álvaro Gutiérrez, que ficou em Montevidéu preparando o time principal para o jogo contra o El Tanque Sisley. A equipe será comandada por Juan Carlos Blanco, secretário esportivo do Nacional.
O jogo será apitado por Luiz Flávio de Oliveira, que terá o auxílio de Rodrigo F. Henrique Correa e Rodrigo Pereira Joia. A TV Globo transmite o jogo ao vivo para os estados do RJ e ES, com narração de Luís Roberto e comentários de Júnior e Renato Marsiglia. O GloboEsporte.com acompanha o jogo em Tempo Real, com vídeos. Após a partida, participe da cobertura comentando a atuação da equipe rubro-negra na página do seu clube de coração.
Flamengo: Paulo Victor, Léo Moura, Wallace, Bressan (Marcelo) e Pará; Márcio Araújo, Jonas e Canteros; Gabriel (Nixon), Marcelo Cirino e Alecsandro (Eduardo da Silva).
Nacional: Jorge Bava, David Velásquez, Jose Aja, Caué Fernándes, Alfonso Espino; Nicolas Prieto, Hugo Dorrego, Gonzalo Ramos, Leandro Otormín; Gonzalo Bueno e Rodrigo Amaral.
Flamengo: o Rubro-Negro tem dois desfaques por problemas médicos: o meia-atacante Everton, que se recupera de um edema na coxa esquerda; e Samir, que está com dores no músculo adutor da coxa direita. O meia Arthur Maia, outro fora da lista, foi poupado pela comissão técnica.
Nacional: os principais jogadores do clube não viajaram ao Brasil e ficaram concentrados na disputa do Torneio Clausura do Uruguai, entre eles Loco Abreu, Recoba e Fucile.
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