O "Último dos Moicanos": o maior do pós-Zico para Angelim emociona Toró

4/3/2015 08:39

O "Último dos Moicanos": o maior do pós-Zico para Angelim emociona Toró

Léo Moura se despede nesta quarta-feira do Flamengo, e ex-companheiros, pilares de um time que só não ganhou a Libertadores e o Mundial, enchem a bola dele

O Último dos Moicanos: o maior do pós-Zico para Angelim emociona Toró
Léo Moura foi centro das atenções total nos últimos treinamentos e jogos (Foto: Gilvan de Souza/Fla Imagem)

Tratar Léo Moura como "O Último dos Moicanos" em um momento de despedida poderia soar como clichê. E até seria informação errada, pois seu substituto, Pará, utiliza o mesmo corte de cabelo. Mas é impossível não fazer a associação no dia em que o último integrante de uma geração vitoriosa deixa o Flamengo, no amistoso contra o Nacional-URU, às 22h, no Maracanã. Léo e Obina chegaram em 2005. No ano seguinte, juntaram-se a eles Juan, Toró, Ronaldo Angelim e Bruno. Em 2007, Fábio Luciano ingressou no elenco. Os sete formaram uma espinha dorsal que ganhou tudo, exceto a Libertadores e o Mundial. Hospitalidade, inteligência, lealdade e qualidade técnica são alguns dos trunfos listados por Angelim e Torozinho, dupla que partilha da mesma opinião: o Fla perde um grande líder tanto dentro quanto fora de campo.

Do septeto citado, Fábio foi o que menos atuou. Não chegou a 100 jogos - fez 93 - como profissional rubro-negro, porém sua contribuição é inegável e, principalmente, a postura fora de campo foram fundamentais para uma mudança de mentalidade. Ibson e Renato Abreu também tiveram participações de grande valor, mas o primeiro oscilou e o outro saiu em 2007, quando vivia seu auge - voltou em 2010.

O volante Toró, peça-chave da equipe que ficou conhecida como Tropa de Elite em 2007, só guarda boas lembranças dos integrantes daquela geração e admite ficar muito tocado quando fala de Léo Moura.



- Para falar de Léo Moura eu fico até emocionado, porque foi um dos caras com quem me identifiquei muito nesse meio do futebol. Tive o prazer de jogar com ele quando subi para o profissional do Fluminense (em 2004). Depois, quando me transferi para o Flamengo, ele foi a primeira pessoa a me telefonar e me dar apoio para ir jogar no Mengão. Foi um cara f... na minha vida. Um cara com quem tive o prazer de concentrar no mesmo quarto e de entrar para história num dos gols mais bonitos dele, contra o Cruzeiro (em 2007). E é um dos caras com quem tive o prazer de conquistar títulos - resume.

Hoje no Sagamihara, do Japão, Toró lembra como começou a ser forjado um time-base que abocanhou três cariocas (2007/2008/2009), uma Copa do Brasil (2006) e um Brasileiro (2009). A saída de Léo coincide com o fim daquela turma, e o atleta, rubro-negro de coração, lamenta o fato. Mas também curte mais uma vitória pessoal do amigo.

- Lembro como se fosse hoje a nossa apresentação. Chegamos eu, Angelim, que veio do Fortaleza; Juan, que veio comigo do Fluminense, e o Rodrigo e o Marabá, do Paysandu. O Rodrigo e o Marabá seguiram seus caminhos, mas nós ficamos. Quando cheguei ao Flamengo, infelizmente o Léo ainda não tinha ganho os títulos que queria, e eu no meu primeiro ano de clube ganhei a Copa do Brasil. Depois ganhei, ganhei e ganhei. Fico feliz de ter feito parte dessa geração vitoriosa. Torço muito para que a vida dele continue bem nos Estados Unidos. Cara muito iluminado, muito abençoado, muito de grupo, um excelente capitão. Tenho certeza que a nação vai sentir muita saudade dele. Triste por um lado, porque vai estar deixando nosso Mengão, mas feliz pelo outro de estar colocando mais uma parte boa nessa história de vida dele no futebol. Repito: fico triste por ele deixar o nosso Mengão, mas feliz por ele concretizar mais um sonho que tinha na vida.


Léo chorou muito no gol de Angelim, o do hexa. O lateral é um dos primeiros a correr para cima do zagueiro (Foto: EFE)



Herói da maior conquista dessa geração, Ronaldo Angelim, autor do gol do hexa brasileiro, é outro que elenca os mais diversos elogios a Léo Moura. Vai além: não tem dúvidas de que o camisa 2 é o maior jogador da era pós-Zico no Flamengo.

- Léo Moura, depois da era Zico, é o mais importante jogador do Flamengo. Para mim, é disparado. Dez anos não são para qualquer um. Na minha opinião, é o último ídolo que o Flamengo teve, com história e títulos. Eu também sou suspeito de falar dele pelo tempo que joguei, mas a torcida vai sentir isso junto. Estamos perdendo um grande ídolo, que, na minha opinião, tinha condição de ficar mais uns dois anos. Não vejo no Brasil um lateral melhor do que ele. A gente sabe que a idade chega, mas ele seria titular não só no Flamengo, mas em qualquer time do Brasil. Não sei qual é o problema, se ele queria sair do Flamengo. Fico triste, eu queria que ele encerrasse no Flamengo. Ele é mesmo quem está no representando até hoje. Digo que sou suspeito para falar, porque Léo é um amigão. Para todo aniversário me convida, falei com ele há uns dois meses. É meu amigo particular - afirmou.



Angelim e Toró convergem de que a consolidação daquele grupo se deu com a chegada de Fábio Luciano, a quem o volante se refere até hoje como "Capita".

- A chegada de Fábio deu uma melhorada grande. Ganhamos o Carioca e a Copa do Brasil antes dele, mas no Brasileiro vivíamos aquele perrengue danado, sempre no meio da tabela. Acho que o grande time que tivemos foi o de 2008, até melhor do que o de 2009. É aquele que fomos eliminados da Libertadores pelo América. Era muito jogador por posição, Nossa Senhora. Obina, Tardelli, Marcinho. Deixamos escapar, mas era para a gente ganhar aquela Libertadores. Ninguém jamais vai esquecer aquele time. Léo, Obina, Ibson, Toró, Cristian. Dava para a gente ganhar aquela Libertadores. Era jogador demais... Éramos muito unidos. O que acontecia com um refletia em todo mundo. A gente conversava muito. Quando tinha que treinar mais, treinávamos. Com certeza foi o melhor grupo com quem eu trabalhei - avaliou o ex-zagueiro.

No mesmo tom, o volante de 28 anos aponta o ano de 2007, o da chegada de Fábio, como um divisor de águas, e também exalta a cumplicidade de um com o outro.


Toró guarda consigo montagem que ilustra companheiros que ganhou em 2006 (Foto: Arquivo pessoal)

- No finalzinho do segundo ano (2007) para o terceiro que vimos que iria dar liga. Estávamos formando uma família muito legal, muito bonita. Jogadores de qualidade, com cabeça muito boa e mentalidade vencedora. Eu e Juan estávamos chegando do Fluminense e queríamos mostrar que faríamos aquilo por amor, que queríamos representar a nação. Na base da conversa, depois chegou Fábio Luciano, o Capita. E ele chegou implantando situações muito boas de vitória. Já tinha passado por Corinthians, Fenerbahçe. Trouxe mentalidade mais ainda vencedora e inteligência para passar a cada jogador o que queria. Aí chegou o Bruno, maluco beleza, um cara de grupo, que fala, aquele cara que se impõe e que era muito respeitado. Depois só chegou a cereja do bolo, que foi Pet, Adriano e Zé Roberto. Foi maravilha. No segundo ano nosso de clube a gente estava vendo que as coisas estavam caminhando certo pela nossa amizade fora de campo. Tinha jogo que a gente não via a hora de jogar que sabia que era vitória certa pelo olhar. Um olhando pro outro, sabendo o que o outro ia fazer. Aí só deu resultado mesmo - prosseguiu.



Se Angelim não tem dúvidas de que Léo e companhia formaram o melhor grupo do qual já fez parte, também não economiza no carinho em relação às brincadeiras. Lembra dos apelidos que davam uns aos outros nos treinos recreativos. A história mais divertida é a dos "Idosos da Gávea", turma inspirada nos Meninos da Vila do Santos.

- Saudade daquele grupo, dos atletas. Era muito bom. Cada jogador tinha um apelido no rachão. No Santos, tinha a meninada da Vila, e nós éramos os Idosos da Gávea (risos). Eu, Fábio e Léo, os velhos, jogávamos todos no mesmo time no rachão. A gente brincava que eu era o Ganso, e o Léo, o Neymar - recorda-se.

É nesta quarta-feira, às 22h, em amistoso contra o Nacional-URU, que Léo, "O Último dos Moicanos" encerra a era mais vitoriosa do Flamengo no pós-Zico. E o sétimo jogador com mais partidas pelo Rubro-Negro certamente levará consigo um pouquinho de Angelim, Obina, Fábio Luciano, Juan, Toró e Bruno. Além dos títulos conquistados com os outros seis, o camisa 2 ainda ganhou outra Copa do Brasil, em 2013, e mais dois Cariocas: 2011 e 2014.

1819 visitas - Fonte: Globoesporte.com


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