Tita exibe orgulhoso seu troféu de artilheiro (Foto: Eudes Júnior / SporTV)

Milton Queiroz da Paixão, o Tita, começou no dente do leite do Flamengo. Pelo Rubro-Negro, não foram apenas títulos importantes que entraram para a história, mas também a oportunidade de participar do melhor time já formado na Gávea. Quando trocou de camisa e foi para o Vasco, mais conquistas, mais história. Hoje, Tita lembra dos dois clubes com carinho e afirma que guarda as recordações na memória e no coração.

- Vou me manter profissional até hoje, acho que as duas equipes são equipes hoje no meu coração que eu guardei na memória. É difícil explicar, as pessoas não entendem muito isso - explicou.

Tita relembrou o chamado Campeonato Carioca especial, de 1979, e a grande questão que era substituir Zico.

- As pessoas se perguntavam como é que e quando o Flamengo ia jogar sem o Zico. E justamente neste Campeonato Especial de 79 o Zico se machucou - disse Tita, que tomou conta da camisa 10 rubro-negra

Na grande decisão daquela competição, o Flamengo abriu 2 a 0 e o novo 10 marcou o segundo no rebote de Leão. O Vasco empatou e o título veio em um gol inusitado.


Tita posa ao lado das filhas Julienne (à esquerda) e Desirée (à direita) (Foto: Eudes Júnior / SporTV)

- No segundo tempo, o Toninho cruza quase da intermediária e eu, da entrada da grande área, cabeceio. Sempre que vejo esse gol, acho que o Leão ainda vai agarrar essa bola. Ele se estica tanto que eu acho que um dia ele ainda vai agarrar essa bola - disse, rindo.

No maior Flamengo da história, Tita ganharia ainda títulos brasileiros, Libertadores e Mundial. Até mudar de lado em 1987. E em mais uma decisão entre Fla e Vasco, novamente Tita seria protagonista. Só que, daquela vez, com a camisa cruz-maltina.

- O Romário roubou uma bola no meio do campo, o torcedor do Vasco até fala: "Pô, foi a única bola que o Romário roubou na vida dele". Ele roubou e tocou para o Luiz Carlos, que fez o centro, passou para o peito do Roberto, que atrasou. Eu vinha na corrida, chutei e o falecido Zé Carlos não teve chance. Bateu na trave e entrou. E aí foi festa. Aquela comemoração que depois virou mania, todo mundo botava a camisa no rosto, e saí em velocidade até sem ver - relembrou.

Tita ainda seria campeão brasileiro pelo Vasco, em 1989. E sobre o maior clássico que jogou, na carreira que também conta com participações em Fla-Flu's e Gre-Nais, o ex-jogador não tem dúvida de qual foi o principal.

- Flamengo e Vasco pra mim foi o principal clássico que eu joguei. Já joguei grandes clássicos, Fla-Flu, Gre-Nal, mas a rivalidade Flamengo e Vasco não tem comparação - disse.
Neste domingo, às 16h, mais um Flamengo x Vasco decisivo entrará para a história do Clássico dos Milhões. Dessa vez a partida vale pelo jogo de volta da semifinal do Campeonato Carioca.