Representantes de Flamengo e Bauru durante a entrevista coletiva (Foto: João Pires/LNB)

Na teoria, Bauru pode até levar vantagem por ser o dono da melhor campanha na fase de classificação e ter ganho o direito de jogar duas vezes em casa. Mas como o Panela de Pressão não atende as exigências da Liga Nacional de Basquete (LNB), o time paulista também terá que viajar para decidir o NBB 7. Mas o problema também atinge os rubro-negros. Acostumado a mandar suas partidas no Tijuca, ginásio que o torcedor do Flamengo transformou num verdadeiro caldeirão, o atual bicampeão terá que se deslocar até a Arena da Barra para abrir a série melhor de três. Com capacidade para 17 mil torcedores, dificilmente o ginásio localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro estará lotado, nesta terça-feira, às 21h30.

Numa decisão praticamente em campo neutro, tantos as comissões técnicas quanto os jogadores de Flamengo e Bauru sabem que o primeiro jogo da série ganhou um peso ainda maior. Por razões óbvias, o problema parece incomodar muito mais os jogadores da equipe paulista.

- A gente treina no Panela todos os dias e estamos acostumados com o ginásio. Conhecemos a quadra e lá temos todos os pontos de referências na cabeça. Jogar em Marília é claro que vai ser diferente, mas independentemente disso temos que estar concentrados e aproveitar os treinos que teremos antes do jogo para conhecer e nos adaptar à quadra - afirmou Alex.

Seu principal concorrente ao prêmio de MVP da temporada, Marquinhos concorda que será estranho não jogar no Tijuca. Mas a mudança não será tão radical quanto para os jogadores paulistas, que terão que viajar cerca de 100km para se "sentirem em casa".

Apesar da distância e do tamanho da torcida do Flamengo, acostumada a marcar presença aonde quer que o Rubro-Negro jogue, Guerrinha garante que a maioria no ginásio de Marília será de torcedores do Bauru.

- O mais difícil é o time do Flamengo pela qualidade e por todos os valores. Claro que não poder jogar em casa é ruim, mas acho que pela qualidade e capacidade dos atletas as duas equipes vão se adaptar. Quando você está em casa a torcida te passa uma energia muito boa e com certeza nossa quadra vai fazer falta, pois conquistamos esse direito. Mas já sabíamos disso antes de o campeonato começar e isso cabe aos dirigentes do Bauru de saber o tamanho da nossa equipe - disse o técnico do Bauru. Mas pode ter certeza de que a torcida do Bauru vai marcar presença e lotar o ginásio. Diferente do que acontecia em Brasília, quando tinham muitos rubro-negros, no interior paulista, as pessoas torcem para os times da capital paulista - disse Guerrinha.

Sem meias palavras, José Neto falou sobre a expectativa que todos tinham de uma final entre Flamengo e Bauru. Embora reconheça o equilíbrio das equipes no atual NBB e faça questão de enaltecer as participações de Mogi das Cruzes e Limeira, o treinador rubro-negro destaca que chegaram à final os dois times de maior investimento. Mas o que mais agradou o bicampeão da competição é o fato de a decisão voltar a ser disputada em um playoff.

- Todos esperavam que a final fosse essa mesmo, acho que até os outros adversários. São duas equipes que investem alto. O Flamengo vem conseguindo manter esse alto nível, e sabemos que é muito difícil.Acho que muita coisa mudou desde os dois jogos que fizemos na fase de classificação, as duas equipes vivem momentos diferentes e a atmosfera de uma decisão é completamente diferente também. Esportivamente foi uma vitória muito grande de a decisão ser disputada em três jogos. É o mais justo, foi um avanço da liga. as estamos nos preparando para encarar cada partida dessa série de playoff como jogo único.