OFF - Série B do Campeonato Carioca: um campo de batalha longe dos holofotes

26/5/2015 14:57

OFF - Série B do Campeonato Carioca: um campo de batalha longe dos holofotes

Uma semana depois de um torcedor perder a mão, MP diz que abriu inquérito para apurar fatos, mas Ferj se cala. Gepe estuda migração de organizadas dos grandes

OFF - Série B do Campeonato Carioca: um campo de batalha longe dos holofotes
Há pelo menos um ano, partidas de casa cheia e clássicos com milhares de torcedores nas arquibancadas deixaram de ser a única preocupação dos responsáveis pela segurança nos estádios do Rio de Janeiro. Jogos de menor apelo – envolvendo equipes como America, Olaria, Portuguesa-RJ, Bangu, Madureira e companhia – têm tirado o sono da Polícia Militar e do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe). Foi num duelo como esse que, semana passada, Jeferson do Nascimento Graton teve a sua mão direita amputada após a explosão de um rojão. O caso, apesar de ser apenas mais um registro de violência entre torcidas, chamou atenção pelo desfecho trágico e reforçou o que era uma hipótese até então: a Série B do Campeonato Carioca tornou-se um campo de batalha.

São alguns os fatores que levaram a tal crescimento no índice. O principal deles: a competição está distante de todos os holofotes. Com públicos que dificilmente chegam a mil pessoas, portanto sem um efetivo policial reduzido, as partidas da Segundona acabam sendo o ambiente ideal para o confronto entre torcedores – os recentes registros provam que a onda de violência também se estende a jogos da Copa Rio e até entre clubes de menor expressão na elite do futebol do Rio de Janeiro.

Desde o ano passado, o Gepe vem estudando e monitorando um fenômeno que ajuda a explicar o aumento no número de brigas. Segundo a entidade, membros das organizadas dos quatro grandes clubes cariocas estão migrando para as torcidas de times menores com o único intuito de promover seus confrontos longe dos olhos das autoridades. Os envolvidos no tumulto da semana passada, por exemplo, seriam torcedores do Vasco, de acordo com o tenente-coronel João Fiorentini, comandante do Gepe.

– Pelo que acompanhamos nas redes sociais, vimos que o torcedor que perdeu a mão pode ser integrante de uma torcida organizada do Vasco, mas ainda não podemos dar certeza – disse o comandante na última quinta.
E a punição nesses casos? Por que pouco se ouve falar delas? A resposta, na verdade, é bem simples: as torcidas dos times pequenos não têm cadastro no Ministério Público, o que se torna um obstáculo considerável no controle de suas ações.

– No ajuste de conduta assinado pelo Ministério Público, as torcidas organizadas são sujeitas a obrigações e deveres. E tem, com isso, alguns benefícios, como a entrada de materiais nos estádios. Bateria, faixas... Isso tudo é regulado dentro do termo de conduta. Esses torcedores de torcidas menores não aderiram ao PAC, então não podemos utilizar esse modelo de punição. Por exemplo, a torcida do Olaria não tem cadastro. Então, nada pode ser feito pelo Ministério Público para impedi-los – explica Fiorentini.

O Ministério Público, por sua vez, também foi procurado para comentar o assunto. Segundo o órgão, um inquérito civil já foi apurado para investigar os detalhes da confusão que levaram à amputação da mão de um torcedor há uma semana. O MP reconheceu a possibilidade de integrantes dar organizadas dos clubes grandes estarem envolvidos na briga e garantiu que se esforçará não apenas para conseguir a suspensão dos torcedores aos estádios, mas também o agravamento daqueles que já estão suspensos.Além disso, a promotora Glícia Pessanha também atentou para o risco do financiamento dessas torcidas por parte dos clubes.

– Inúmeras vezes, os clubes financiam suas torcidas, inclusive as que sofrem punição, através da doação de ingressos, auxílio financeiro para viagens et cetera, assim acabam fomentando ainda mais a violência – afirmou Glícia.

FERJ SE CALA

Enquanto a Série B do Campeonato Carioca caminha a passos largos em direção a uma situação alarmante, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) prefere se calar. A reportagem do GloboEsporte.com procurou a entidade para tentar esclarecer as seguintes questões: Ela reconhece a violência nos estádios como o atual inimigo número um dos torcedores do Rio de Janeiro? O que cabe a ela fazer para mudar esse panorama? Punições mais rigorosas aos clubes envolvidos entram em questão? Por e-mail, a resposta da assessoria de imprensa foi lacônica.

– Eles não querem se pronunciar – resumiu
.
GOYTA X CANO: CLÁSSICO DA PAZ?

O ápice da violência na Série B do Carioca parece esta sendo atingido justamente na véspera de uma das mais partidas mais aguardadas da competição: Goytacaz x Americano, o maior clássico do interior do Rio de Janeiro. As equipes se enfrentam no próximo sábado, pelo segundo turno, e vão disputar, inclusive, a liderança do Grupo A, já que ambos possuem 10 pontos na tabela de classificação.

Os rumores de um confronto entre as torcidas, que estaria sendo organizado pelas redes sociais, alarmou as autoridades. Durante esta semana, o esquema de segurança para o jogo foi discutido, mas o Gepe já estava monitorando o movimento desses torcedores há quase um mês. Os dois clubes, então, decidiram se unir e promover o "clássico da paz".

– Estamos fazendo um trabalho há cerca de 20 dias, tentando identificar (possíveis marcações de confronto pela internet). Vamos marcar no batalhão, terça-feira, uma reunião com chefes de torcidas e dirigentes de ambas as partes sobre o policiamento, que vai ser feito para tirar esses possíveis atos violentos marcados nas redes sociais. Vamos orientar os chefes de torcida. Inclusive, já vi com com o Júnior Brasília (diretor do Goytacaz) e com o Luciano Viana (presidente do Americano) sobre a promoção do "jogo da paz" – informou o subtenente Jackson, encarregado do Gepe pela segurança da partida.

878 visitas - Fonte: Globoesporte


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