Flamengo e Palmeiras têm dominado as competições nacionais nos últimos anos. Enquanto o clube carioca conquistou o bicampeonato brasileiro em 2019 e 2020, o Palmeiras faturou a Copa do Brasil, além da Copa Libertadores da última temporada.



Entretanto, nem as recentes conquistas têm dado tranquilidade para Rogério Ceni e Abel Ferreira. O treinador do Flamengo ainda sofre resistência de parte da torcida rubro-negra, e após os insucessos na Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana, os muros do Allianz Parque, estádio do Palmeiras, amanheceram pichados pela torcida alviverde.

Narrador do Grupo Globo, Luís Roberto afirmou na edição de hoje do 'Seleção SporTV' que as cobranças sobre o trabalho de Abel Ferreira são exageradas.

"É importante dizer que as pichações nos muros do Palmeiras foram diferentes. Não pediram a saída do Abel, pediram para ele acordar. São coisas diferentes. O Abel Ferreira ganhou duas competições e deu alegrias ao torcedor palmeirense que há muito tempo não sentia, então não é: "Fora, Abel". Mas ainda, acho isso um exagero. É apenas o início de temporada, o Palmeiras refez o time. O Palmeiras continua sendo protagonista no futebol brasileiro com elenco completamente diferente de três anos atrás. Isso tudo só prejudica o ambiente. O Abel foi muito bem na resposta que deu e o Palmeiras cometeria uma loucura a dar ouvidos a essas manifestações", disse Luis Roberto.

Já o comentarista Lédio Carmona afirmou que o torcedor tem dificuldade de enxergar qualidade nos adversários. Para ele, é preciso reconhecer de que do outro lado existe capacidade para derrotar os clubes brasileiros.

"Eu tenho algumas discordâncias com o Abel Ferreira, mas longe de endossar essas pichações. Eu gostaria de ver um time mais jovem, com mais garotos no Palmeiras. Muitas vezes ele opta por escalar jogadores mais experientes e torna o time mais lento e previsível. Agora, não dá para levar a a sério essa hipótese de trocar o Abel Ferreira. Muito se fala que o Palmeiras perdeu, mas ninguém olha para o lado do vencedor, nesse caso, o Defensa y Justicia, que é um bom time. Esse é o problema do brasileiro. Acha sempre que o time dele perdeu e não vê méritos do adversário. Nunca vamos avançar se continuarmos a pensar dessa maneira", avaliou.



O comentarista Pedrinho foi além e disse ser contrário a dar ênfase para tais manifestações.

"Nós, como comunicadores, temos a responsabilidade de não dar importância para situações como essas. Essas pichações mostradas na televisão só dão voz a esses torcedores que não querem o bem do clube. A cada vez que fazemos isso, damos muitos passos para trás. Isso faz parte de uma realidade antiga no futebol que não poderia mais caber hoje em dia. Tenho certeza que o Abel Ferreira não colocou em prática nem 50% do que ele pretende com a equipe do Palmeiras. Isso para mim é ato político. Grupos de dentro do clube que mandam alguns torcedores picharem o muro para causar conflito. Nós temos o compromisso de não enfatizar esse tipo de situação. A cada vez que damos voz a esse tipo de de manifestação, não contribuímos para melhora da nossa realidade", disse o comentarista.

Lédio Carmona ainda pediu coerência na análise quanto ao trabalho de Rogério Ceni no Flamengo. Segundo ele, a avaliação não pode mudar radicalmente na mesma semana.



"É impressionante como as pessoas mudam de opinião entre quarta e domingo. Quando o Flamengo ganhou do Palmeiras na Supercopa eram só elogios, aí perde para o Vasco e já tem gente pedindo a cabeça do Rogério Ceni. O Flamengo não perdia para o Vasco há cinco anos. Precisamos ter calma e coerência. O trabalho do Rogério é bom. Pode não ser pleno, perfeito. Mas é um bom trabalho, como foi ótimo no Fortaleza. Só não foi bom no Cruzeiro porque não deixaram ele trabalhar", completou.

Enquanto o Flamengo está classificado para as semifinais do Campeonato Carioca, o Palmeiras é o 3º colocado do Grupo C do Paulistão, com nove pontos, e dois jogos a menos que o líder Red Bull Bragantino.

Flamengo, Rogério Ceni