A construção do CT do Ninho do Urubu virou obra de igreja. Com os R$ 18 milhões que restaram das luvas pagas pela TV Globo bloqueados pela Justiça, o Flamengo não conseguirá cumprir o prazo e entregar o módulo profissional este ano. O vice de patrimônio da atual gestão, Alexandre Wrobel, acredita que o local pode ficar pronto em quatro a seis meses, dependendo do fluxo financeiro.

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“Se o dinheiro não entrar, a obra fica devagar. Hoje, o ritmo de trabalho é 80 % menor do que no meio do ano, quando ainda não havia acontecido a penhora”, disse Wrobel.
A Brahma, parceira do Flamengo na construção, gastou R$ 800 mil na compra de equipamentos de ginástica. Mas como a academia ainda não está pronta — falta, por exemplo, o piso de borracha —, o material não pode ser entregue. O mesmo acontece com o mobiliário do hotel, refeitório e outras áreas do módulo profissional.

“Uma coisa pega a outra. Ainda falta o acabamento. Não acabaram de pintar, por exemplo. Essas coisas estão compradas, mas dependem da obra civil. Uma coisa leva a outra”, explicou Wrobel.

O atraso na obra impossibilitará que os jogadores morem no CT durante a pré-temporada. Com isso, o grupo usará o Ninho para treinar, comer e descansar durante a tarde, usando as instalações antigas de contêineres. À noite, no entanto, o elenco ficará no hotel na Barra da Tijuca, que já serve de concentração do Flamengo.

Apesar do atraso nas obras, o trabalho de Alexandre Wrobel é visto cm bons olhos tanto pela atual gestão como pela diretoria que assumirá o poder no Flamengo no dia 2 de janeiro. A permanência no cargo, porém, parece improvável.

“Eu não estou sabendo de nada, não me procuraram. Mas estou tranquilo, trabalhando, e sempre pronto para ajudar o Flamengo sempre que me pedirem”, concluiu.