Um andar tranquilo, semblante sereno e voz mansa. Pela terceira vez à beira de campo como técnico do Flamengo - ele comandara a equipe após as quedas de Vanderlei Luxemburgo e Jorginho -, Jayme de Almeida entrou no seu jeito de sempre para mais uma missão. Dessa vez para substituir Mano Menezes. No estilo tranquilão, o treinador manteve a serenidade mesmo diante da atuação ruim da equipe. Jayme olhou mais do que falou, sofreu calado, encarou a chuva que caiu durante o primeiro tempo e, ao retirar os óculos para limpar os pingos, o treinador deve ter enxergado as limitações da equipe que tem em mãos.

Ainda assim, depois do jogo, em uma rápida entrevista coletiva, Jayme não classificou o time como sendo de baixo nível técnico.

- Não acho o time do Flamengo tecnicamente limitado. Não é um elenco altamente técnico, seria mentiroso se falasse isso, burrice minha. O Flamengo está no nível médio do Brasileiro. Vamos ter que trabalhar, correr. Não é um nível top, mas não é baixo. Primeiro temos que nos afastar da zona de rebaixamento para depois pensarmos em outra coisa - afirmou o substituto interino de Mano Menezes.

Ao entrar em campo neste domingo, Jayme caminhou calmamente até o banco de reservas, concedeu entrevista e destacou a necessidade de vitória. Durante os 45 minutos iniciais, a única coisa que fez o treinador reclamar foi uma marcação do árbitro.

Com as mãos para trás, Jayme acompanhou a equipe. Aplaudiu um cabeceio de Samir. Mas um dos gestos que mais repetiu foi coçar a cabeça como se pensasse no que fazer para tirar o time da situação.

No segundo tempo, Jayme lamentou, olhou para o céu, conversou com o preparador de goleiros Cantarelle e lançou Fernandinho, jogador que há tempos não atuava, e sofreu quando Elias perdeu um gol incrível nos minutos finais.

Ainda assim, apesar do empate contra o lanterna, que somou quatro pontos dos 10 que tem no Brasileiro contra o Flamengo, ele elogiou a postura da equipe:

- O Flamengo lutou até o final.