Com só três minutos de jogo, Hernane recebeu a bola na intermediária, ganhou a disputa com dois marcadores e arriscou de longe, à esquerda do gol. O chute foi o cartão de visitas do Flamengo, que pressionou o Náutico na Arena Pernambuco, no último domingo, mas não teve o mesmo efeito para o próprio atacante. O camisa 9 rubro-negro, artilheiro da equipe na temporada com 22 gols, desta vez pouco participou dos momentos de sufoco, teve apenas uma chance de gol e não conseguiu ajudar o time a sair do amargo 0 a 0 contra o lanterna do Campeonato Brasileiro.

A pressão do Fla se mostrou nos números. O time teve 54% de posse de bola e 19 finalizações. Três delas com o Brocador, mas só uma tomou a direção do gol: uma cabeçada, após cobrança de escanteio, defendida por Gideão (veja no vídeo ao lado). Sob o comando de Jayme de Almeida, o centroavante teve uma função de sair mais da área para ajudar na marcação adversária. Mas demonstrou que a função não é muito a dele. O camisa 9 cometeu seis infrações e foi disparado o mais faltoso da partida. Antes da rodada passada, a média de faltas do atacante era só de 2,37 por jogo. Ele ainda foi quem menos deu passes no jogo ao lado de Samir, com apenas 17 toques.

Paulinho e Carlos Eduardo foram os homens mais próximos do ataque com a função de servir Hernane, mas nenhum dos dois conseguiu criar jogadas com o centroavante. Vindo de trás, Elias foi o que mais perto chegou de construir um lance de perigo com o Brocador, que acabou desarmado na área. Seu concorrente na disputa pela vaga de titular, Marcelo Moreno substituiu Paulinho e conseguiu uma finalização em 12 minutos em campo, também defendida por Gideão.