Símbolo do atual Flamengo, Filipe Luís segue faminto por glórias: "Única coisa que quero é ganhar de novo"

10/6/2021 16:51

Símbolo do atual Flamengo, Filipe Luís segue faminto por glórias: "Única coisa que quero é ganhar de novo"

Referência técnica do time, lateral explica nova função e não pensa em parar de jogar: "Nunca imaginei que me sentiria tão feliz jogando no Flamengo e no Brasil"

Símbolo do atual Flamengo, Filipe Luís segue faminto por glórias: Única coisa que quero é ganhar de novo
Filipe Luis com a taça do Campeonato Carioca — Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

Desde que chegou ao Flamengo, em junho de 2019, Filipe Luís entrou em campo 84 vezes e levantou 10 taças. A média de uma conquista a cada oito partidas impressiona, mas não aplaca a fome do lateral. É uma espécie de combustível para que o veterano de 35 anos se cuide físicamente, se reinvente e se mantenha em campo para buscar mais.



Em sua terceira temporada pelo Flamengo, Filipe se converteu de vez num símbolo da equipe. É dos jogadores mais regulares em 2021 e uma referência técnica, mesmo precisando se adaptar em nova função, com menos liberdade ofensiva. Consciente, o lateral topa tudo que possa lhe ajudar a seguir em alto nível - sem qualquer planejamento para se aposentar.

- Eu estava falando com a minha esposa que eu nunca imaginei que estaria tão feliz jogando no Flamengo e no Brasil. Consigo notar no campo toda vez que toco na bola. O título faz com que tudo seja mais fácil. Mas atrás disso tem jogos, treinos... Existe tanta coisa por trás do título.

- Hoje eu sinto que tenho reconhecimento total que eu nunca tive na Europa. A cada jogo, faço jogadas que passavam despercebidas lá, e aqui não passam. A torcida me valoriza, a imprensa consegue ver o meu trabalho. Isso, para mim, demorou muito para acontecer no Brasil, porque saí muito cedo, mas está acontecendo.

- Estou muito feliz, mas não consigo descansar. A única coisa que eu quero é ganhar de novo. Eu amo o Flamengo por este desafio que ele me traz. Eu nunca posso relaxar, sei que podemos fazer o melhor jogo da vida, e as redes sociais bombam. No dia seguinte você faz um jogo ruim e é criticado pelos mesmos caras que te colocaram no céu. Isso faz com que eu esteja sempre em estado de alerta, sempre na excelência, buscando meu melhor, e faz com que eu cresça. Não só eu, mas todos os meus companheiros - disse Filipe Luís, em entrevista ao ge.

Nesta entrevista, Filipe fala sobre os desafios do Flamengo na temporada, a nova função proposta por Rogério Ceni, os cuidados para se manter em alto nível e as transformações no elenco, como a saída de Gerson.

Confira:

Planejamento da carreira

- Eu falo bastante com o Juan, que esteve nesse processo no Flamengo, parou com 40. A única coisa que eu sei é que não quero parar esse ano. Eu quero jogar, no mínimo, mais um ano. Quem sabe, dois. Eu vou vendo como estou dentro do campo. Se estou bem, se não estou sofrendo com o cara rápido jogando do meu lado, se estou conseguindo marcar.

-Por exemplo, não é fácil você pegar um Kayky, do Fluminense, tão rápido, tão veloz, e marcá-lo. Hoje tem que ir com outras artimanhas. Se eu tivesse 27 anos, era outro tipo de jogo. Mesmo assim, fizemos um grande jogo contra ele.

- Acho que isso vai me dizer o tempo que vou continuar jogando. Quero continuar. Eu afirmo com toda certeza do mundo: não existe melhor vida que a do jogador de futebol. Não quero parar, quero aproveitar ao máximo. Mais ainda onde me sinto bem, me sinto querido pela torcida, importante no vestiário, um líder. Tudo conspira para eu seguir jogando. Quero seguir jogando o tempo que minhas pernas aguentarem.

Campeonato Brasileiro de 2021

- Eu me emociono toda vez que jogo esse campeonato. Estávamos falando aqui na festa de aniversário do meu filho. Que time está forte este ano? São Paulo forte, Palmeiras timaço, Grêmio espetacular, Inter muito bem, Atlético-MG...

- Quem vai chegar no fim brigando pelo título? É muito difícil de saber. Essa é a dificuldade desse campeonato. Você pode falar, por exemplo: o São Paulo está há 12 jogos sem perder. Mas aí você joga contra o Athletico-PR fora, é um dos jogos mais complicados. O Cuiabá é uma dúvida para todo mundo como vai ser jogar lá.

- É um campeonato muito complexo, muito complicado. Eu amo esse campeonato por isso, porque me exige ao máximo. Me tira o sono, me emociona brigar pelo título do campeonato mais disputado do mundo.



Dificuldades do Flamengo na busca pelo tri

- A parte mental. Porque nosso time é muito forte, muito acima da média na questão de qualidade dos jogadores. Nosso plantel é muito comprometido, um dos mais que peguei na minha carreira inteira.

- A parte mental, às vezes, de 90 minutos, faltam 20 minutos na parte mental. A gente quer defender o resultado, não quer tomar gol, e aí é quando é pior. Esse time foi montado para ter a bola, dominar, jogar marcação por pressão, e quando tenta se defender pelo resultado acaba sofrendo, acaba mentalmente vindo abaixo.

- Esse, para mim, é o maior desafio do Rogério na temporada. Obviamente que existem outros clubes que estão se reforçando muito bem e que vão bater de frente. Mas vejo que nosso problema hoje é se manter mentalmente forte durante 90 minutos, é o que está fazendo com que a gente tome gols em alguns jogos.
Manutenção da base do elenco

- É importantíssimo, fundamental jogar com os mesmos jogadores. Hoje tenho uma conexão com o Bruno Henrique e o Arrascaeta que só o tempo traz. Não adianta o treinador mostrar imagens ou treinos. Só o tempo vai trazer esse feeling que tenho com o Arrascaeta. Eu sei quando ele vai querer por dentro, por fora, quando está mais cansado. Sei que ele está me vendo, quando todo mundo acha que não.

- O Bruno eu sei quando vai no espaço, quando quer bola no pé. Eu sei quando ele quer a bola, quando não quer tanto a bola, quando quer pelo alto. Tudo isso só o tempo vai trazendo.

- Na zaga é a mesma coisa, a gente precisa de tempo para ir se conhecendo. Para o cara que joga do meu lado saber que não sou um jogador rápido, que ele precisa estar sempre na minha cobertura.

- Isso que o Flamengo fez e está fazendo é muito complicado no futebol brasileiro, com o euro a R$ 6. É muito difícil manter. É inevitável que tenha saídas, mas o importante é que as peças que venham, como foi feito com Thiago Maia, Michael, consigam render e suprir a falta dos jogadores que vão saindo. Inevitavelmente vai acontecer, porque são jogadores mito visados na Europa. Quanto mais o Flamengo conseguir manter estes jogadores, melhor para o clube.

Cuidados para manter alto nível

- Passei por um período difícil no Atlético de Madrid. Já quebrei as duas pernas, tive lesões graves na minha carreira, e já tive lesões musculares. Então, hoje eu encontrei um estado no Flamengo, que tanto a comissão técnica quanto o departamento médico respeitam meu tempo de recuperação, meu tipo de treinamento, meus trabalhos de força. É tudo muito individualizado. Isso facilita muito o meu trabalho para que eu possa jogar e conseguir render.

- Eu tenho um protótipo muito diferente de um Gerson, um Bruno Henrique. O Gerson é muito mis forte, o Bruno é muito mais rápido, com outro tipo de fibra.

- Eu tenho a fibra da resistência. Corro sem parar o jogo inteiro. Estou sempre, nos dados do time, entre a quilometragem mais alta. Não quer dizer que eu corra mais rápido, mas me faz estar adaptado à minha posição.



- Eu me cuido, me preparo para o próximo jogo, independentemente se vou jogar ou não. Já tive algumas lesões no Flamengo, mas tudo muito controlado, com esse apoio do DM para fazer esse trabalho individualizado.

Liderança no elenco

- A grande diferença do grupo é essa. Ano passado, quando nosso time estava em má fase, jogadores como Gerson, Bruno Henrique e Willian Arão, saíram e assumiram a liderança. Muitos de nós tivemos Covid, outros machucados, e esses jogadores que não têm braçadeira assumiram a liderança do vestiário nesse momento e pegaram esse peso. Falaram perante o grupo, se expuseram. Isso é muito importante.

- Eu afirmo com toda certeza que o Diego é o melhor capitão que temos no vestiário. É o nosso verdadeiro líder, o cara que dá a última palavra, que sabe o que falar em cada momento, tem muita experiência, sabe ser capitão. A faixa vem naturalmente, vem para um líder como o Diego, cai no braço, e a partir de então você tem responsabilidade muito grande de ser capitão de 40 milhões de torcedores, não só de 25 jogadores. Isso o Diego faz como ninguém. Porque não só dentro do campo, ele passa uma imagem fora, e acho que isso está servindo de exemplo para mim, para o Arão, para o Rodrigo Caio, que vai ficar aqui quando a gente parar e vai ser o capitão daqui a um tempo.


- Esse exemplo que o Diego está passando para todos, de ser líder dentro e fora, é o que a gente está aprendendo. Temos que cuidar da nossa imagem, do que gente passa para os jogadores da base que vêm treinar com a gente.

Mudança de função

- Essa função foi dada pelo Rogério. Ele me chamou um determinado momento e falou que queria que eu jogasse assim, que ele achava que tiraria um rendimento melhor da equipe na parte das vigilâncias defensivas, dos contra-ataques, e também meu melhor rendimento. Eu concordei com ele, porque antes de chegar no Flamengo eu jogava assim. jogava assim no Atlético, na Seleção. Muito por dentro, dando suporte para os zagueiros e volantes.

- Cheguei jogando assim no Flamengo, nos primeiros 15 jogos. O Jorge Jesus não gostava que eu ficasse tão por dentro. Gostava que eu passasse quando a bola estivesse no corredor. Com o tempo fui me adaptando ao jogo do Jorge. Tive um dos meus melhores momentos. Veio o Dome, e o Dome adaptava dependendo de cada jogo, mas eu estava passando muito mais do que hoje.



- Agora eu passo na boa, com essa função que o Rogério me deu. Uma função de construção, de marcação. Acho que o time todo ganha. Temos um lado direito muito profundo com o Isla, é um jogador que sabe romper no espaço como ninguém, e do lado esquerdo temos o Arrasca, que sabe tabelar, e o Bruno que é mais profundo e vai no espaço. A gente se completa como um todo no time. E mesmo os jogadores que estão no banco entram sabendo a função que têm que fazer.

- Agora, neste momento, minha função é toda pelo Rogério. Tudo foi ele que pensou e falou para mim. Fizemos a partir da ideia dele.

Saída de Gerson

- É um craque. Não tem outra palavra para definir. É um talento natural extraordinário, com força física. É um jogador vertical, que joga para a frente. Tem muita coisa melhorar, tanto tática quanto na parte da finalização, na tomada de decisão perto da área. Sempre falo para ele que tem que fazer mais gols, dar mais assistências.
- Mas é um jogador de seleção brasileira. Você tendo um jogador desse no time e perder, o time perde, claro que sim. Mas algumas saídas são inevitáveis.

- É triste, porque é um amigo, um companheiro, um cara que vai ser inesquecível na minha vida. Mas temos que torcer sempre por ele. Se realmente sair, deu tudo pela camisa do Flamengo. Temos que pensar como vamos suprir essa baixa. É um jogador muito difícil de achar outro no lugar.

- Mas aqui no Flamengo já se provou por outro ponto: quem imaginava o Flamengo sem Cuéllar? Eu mesmo não imaginava quando cheguei aqui. Quando vi ele jogar, falei: "Meu deus, esse cara não pode ir embora. Por favor, renova". Acabou saindo, e no mesmo ano o time não sentiu saudade dele. O futebol é muito rápido, é muito momento. Jogar com a camisa do Flamengo tira o melhor de você, e a gente vai acabar encontrando a solução para não tentar chorar a perda do Gerson.

Flamengo, Filipe Luis

940 visitas - Fonte: Globo Esporte


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