A passagem de Thiago Maia pelo Flamengo tem ensinado paciência ao volante. Desde a chegada no início de 2019, em que esperou uma chance de entrar num time que vinha de conquistas históricas, até os sete meses de recuperação de uma grave lesão no joelho, o meio-campista precisou sempre lidar contra a pressa.
Talvez por isso, a busca pelo primeiro gol tenha se encerrado de maneira tão simbólica. Depois de tanto tempo parado, Thiago Maia marcou pela primeira vez na vitória por 2 a 0 sobre o Cuiabá, apenas seu segundo jogo desde que voltou de lesão. Um momento que parece ter vindo naturalmente, com direito a profecia.
- Eu até sonhei com esse momento durante a semana e fiquei pensando toda hora que poderia acontecer nesse jogo. No dia anterior ao jogo até fiz uma postagem dizendo que estava "afiando a pontaria" justamente porque eu estava bastante confiante - disse o volante, em entrevista ao ge.
O gol sacramentou a vitória num jogo que se tornou difícil para o Flamengo no segundo tempo. Entre vários simbolismos, mostrou que Thiago, agora com a camisa 8 que era de Gerson, começa sua escalada para poder, enfim, se firmar entre os titulares rubro-negros.
Contra o Cuiabá, Thiago bateu seu recorde de velocidade média atingida nos últimos 30 dias, justamente a reta final de sua recuperação: 32,1 km/h. O dado surpreendeu positivamente o departamento de Saúde e Alto Rendimento do Flamengo. Ainda assim, o volante não quer confundir velocidade com pressa.
- Depois de mais de sete meses parado, o que menos tenho é pressa - afirmou Thiago.
Confira abaixo entrevista com Thiago Maia:
ge: Thiago, no seu primeiro ano de Flamengo você tentou várias vezes, mas não conseguiu fazer um gol. Agora, em seu retorno depois de uma grave lesão, marca na segunda partida. Para você, isso tem algum significado especial?
Thiago Maia: Eu até consegui marcar um golaço contra o Athletico ano passado, mas foi anulado (risos). Tem vários significados positivos fazer o primeiro gol com o Manto. Eu até sonhei com esse momento durante a semana e fiquei pensando toda hora que poderia acontecer nesse jogo. No dia anterior ao jogo até fiz uma postagem dizendo que estava "afiando a pontaria" justamente porque eu estava bastante confiante. Mas nesse momento especial eu só tenho que agradecer primeiramente a Deus, minha família, companheiros, DM do Flamengo e toda a Nação que nunca me deixou na mão.
Você vem voltando a jogar aos poucos, ganhando cada vez mais minutos. Como está sendo esse processo para você? Hoje, você diria que está quantos % pronto?
- Eu diria que fisicamente estou quase 100%, mas ainda recuperando ritmo de jogo. O que o professor está fazendo é me dar cada vez mais minutagem para que eu possa voltar a atuar por mais tempo.
Como vendo sendo a conversa com Rogério Ceni e a comissão técnica para você voltar a jogar? Qual é o planejamento traçado?
- Eu converso com o Rogério e os profissionais da comissão técnica diariamente. Depois de mais de sete meses parados, o que menos tenho é pressa. Deixo as coisas acontecerem naturalmente para que eu possa cada vez mais ajudar a equipe da melhor forma.
Você é visto por muitos torcedores como o jogador que vai suprir naturalmente a vaga deixada pelo Gerson. Você acredita que pode fazer essa função? O que muda contigo em campo?
- Primeiramente preciso dizer que o Gerson deixou o nome dele na história do Flamengo. Um cara sensacional e que foi peça fundamental para a equipe nos últimos títulos. Eu não gosto entrar em comparações, mas quero honrar essa camisa 8 e fazer o meu melhor.
Com a saída do Gerson, você assumiu a camisa 8. Como foi isso? Partiu de quem essa escolha? Você chegou a conversar com ele sobre esse momento?
- Quando o Gerson saiu, o Braz me ligou depois de um treino e perguntou se eu queria assumir a camisa 8. Eu sempre vesti a 33, mas um pedido como esse não dá para negar, né? Vários grandes jogadores vestiram esse número no Flamengo, incluindo o Gerson, então para mim é um prazer jogar com ela. Eu cheguei a falar com ele para desejar sorte no próximo desafio na carreira. Espero que ele tenha tanto sucesso como teve no Mengão.
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