A decisão da Conmebol de permitir público em jogos da Libertadores opõe de novo a entidade e a CBF. Assim como na final da Copa América, a confederação continental aprovou enquanto a federação nacional foi contra. Mas não terá como barrar. A volta ocorre em um momento ainda grave da pandemia de coronavírus no Brasil e na América do Sul.
Entre os clubes brasileiros, o Flamengo já estuda uma forma de ter torcida no estádio na Libertadores mesmo que tenha de jogar fora do Rio de Janeiro. O Atlético-MG também está analisando a situação para saber se é possível porque sabe que a prefeitura de Belo Horizonte não liberou público na cidade.
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A Conmebol tem pressionado pela volta de público nos estádios desde a final da Libertadores quando conseguiu colocar cerca de 7 mil pessoas no Maracanã como convidados. A piora da pandemia arrefeceu os planos. Com a liberação do Rio para a Copa América, retomou sua iniciativa.
No domingo, publicou um protocolo básico para presença de público nos estádios. A previsão é de que autoridades do país ou da cidade têm de autorizar.
A partir daí, há cenários com público entre 25% e 50% do estádio em plano a ser autorizado pela Conmebol. Há uma sugestão de um setor para torcedores com teste de RT-PCR negativo, e outros com vacinados com a segunda dose. Não fica claro se isso é obrigatório.
A Conmebol não prevê medidas de equilíbrio esportivo. Se um time conseguir liberar e outro não, aquela equipe sem torcida vai sair prejudicada. Isso é o contrário do que ocorre no Brasileiro onde clubes e CBF aprovaram que a volta de torcida só se dará quando todos os Estados puderem receber público.
Mais uma vez, a CBF foi atropelada pela Conmebol: não foi nem consultada sobre o público na Libertadores. A entidade é contra a presença de torcida no momento porque seu departamento médico tem dados que indicam que ainda não é seguro pela pandemia de coronavírus. Há um acompanhamento por taxa de infectados, de mortos e de imunizados com vacina por 100 mil habitantes. Números que não atingiram os índices que permitiriam a torcida. Por isso, tinha vetado o público na decisão da Copa América.
O Flamengo, que se irritou com a liberação de público na final, já analisa se valerá a pena sair do Rio de Janeiro para ter público em outro Estado. Sabe que o prefeito carioca, Eduardo Paes, não vai fazer a concessão agora. Brasília é uma das possibilidades.
A questão é se outro Estado vai dar a aprovação e se os custos e operação envolvidos valem a pena para a quantidade de torcedores. Após convencer uma cidade a liberar, o Flamengo tentará obter aval da Conmebol para um estádio e analisará as regras sobre vacinados e testados no jogo. Haverá pouco mais de uma semana para organizar tudo pois o time enfrenta o Defensa Y Justicia nesta quarta-feira (14).
O Atlético-MG fará a mesma análise pois já sabe que Belo Horizonte não liberou público. A operação é considerada bem difícil para ter público contra o Boca Juniors, pelas oitavas de final, pelo pouco tempo.
O São Paulo terá um jogo já esta semana, e portanto, era impossível conseguir preparar uma presença de público.
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