Depois de se reunirem e elaborarem cinco pontos básicos a serem discutidos com a CBF, os jogadores que formam a comissão do Bom Senso FC já traçaram os próximos passos do grupo, que busca melhorar a qualidade do futebol brasileiro. A intenção do movimento é conseguir mais aliados. O primeiro manifesto divulgado contra o calendário tinha 75 assinaturas. Na última segunda, dia do encontro em São Paulo, esse número já passava de 300.

Agora, o grupo busca incluir jogadores de clubes da Série B do Campeonato Brasileiro e também visa profissionais de comissões técnicas: treinadores, preparadores físicos, fisiologistas, entre outros. Como o excesso de jogos interfere diretamente no desempenho físico dos atletas, eles acreditam que não terão dificuldade.

Nesta quinta-feira, o Bom Senso FC enviou à CBF o ofício elaborado na última reunião e pediu reunião em caráter de urgência. Ninguém fala em meta, mas a expectativa é que, nas próximas semanas, o número de adeptos passe de mil. Na conta da comissão, há cerca de 1.200 atletas nas Séries A e B.

Os atletas não querem passar a imagem de um movimento elitista. Vão deixar claro que pensam no bem dos clubes menores também. Um exemplo é a redução do estadual do Rio Grande do Sul, que excluiu quatro datas. A Federação agradou a um dos princípios do Bom Senso FC, que é fazer os grandes jogarem menos. Mas nos modelos de calendários que serão discutidos, caso a CBF aceite a reunião, os pequenos entram em campo mais vezes do que tem acontecido nos últimos anos.
A comissão que se reuniu na segunda-feira pretende mostrar que, no modelo atual, os grandes não têm benefícios, e tampouco conseguem ajudar na sustentação financeira dos menores.

O apoio dos técnicos é um passo considerado importante para que, mais adiante, os clubes também se coloquem ao lado do movimento.

O Santos já declarou incentivo ao grupo. Dunga e Renato Gaúcho, que comandam Internacional e Grêmio, também já se colocaram a favor da discussão proposta pelo Bom Senso FC, que espera ter outros profissionais ao lado.

O técnico do Atlético-PR, Vágner Mancini, que fundou recentemente uma associação de treinadores, e Oswaldo de Oliveira, do Botafogo, são considerados adeptos, assim como Paulo Autuori, que está sem clube.

Com o ofício enviado à CBF, os jogadores esperam pela resposta para definirem uma comissão que irá até à entidade. Além do calendário, eles pretendem conversar sobre períodos de férias e pré-temporada, elaborar um método que fiscalize e puna clubes que devem aos seus atletas, e reivindicar participação nos conselhos técnicos que tomam decisões no futebol brasileiro.