Durante 47 anos, Alexandre Frota usou o vermelho e preto do Flamengo, seu clube de coração, sendo até chefe de torcida organizada. Nos últimos três anos, o escudo no seu peito passou a ser o do Corinthians, desde que começou a jogar futebol americano pelos Streamrollers. Neste sábado, porém, o ator, diretor e jogador viverá uma emoção nova. Pela primeira vez, Flamengo e Corinthians se enfrentarão no futebol americano, e o antigo torcedor rubro-negro agora terá o Fla como seu rival. O confronto será às 14h, no Estádio Luso Brasileiro, na Ilha do Governador, Rio de Janeiro.

- Aí fica aquela pergunta: “Pô, Frota, todo mundo sabe que você é Flamengo”. Todo mundo sabe, inclusive no Corinthians. A direção, a presidência, os jogadores. Mas eu vou jogar como corintiano, meu coração vai estar voltado para o Corinthians, é o time que eu defendo há três anos. Infelizmente eu conheci o futebol americano tarde. Queria ter conhecido mais cedo, para poder jogar mais, divulgar mais o esporte – afirmou Frota.

Carioca, o jogador revelou que contará com apoio da família e dos amigos na partida deste sábado e garantiu que não vai se intimidar com a pressão da torcida do Flamengo do outro lado.

- Vai ser normal para mim. Passei por isso, porque nós desfilamos com a taça de campeão do Torneio Touchdown no Pacaembu em um jogo contra o Flamengo. Eu passei carregando a taça em frente à torcida do Flamengo. Foi tranquilo, não fui hostilizado pela torcida. Um ou outro gritou alguma coisa, me chamou de traidor.
Mas acho que faz parte. Isso, para o futebol americano, tem que acontecer. Não pode é você passar despercebido – destacou.
Além de estar atuando em casa e contra seu time de coração, o duelo deste sábado tem mais um significado importante para Alexandre Frota. Será a última partida que ele vai disputar antes de completar 50 anos no dia 14 de outubro.

- É o último antes do cinquentão. Já falei que (vencer) é o meu presente. Todo mundo tem que me dar esse presente, senão já era – brincou.

Prestes a se tornar um cinquentão, o ator e diretor vê no futebol americano o segredo para ter uma vida saudável atualmente.

- O futebol americano me deu uma disciplina alimentar e uma disciplina física quando você, à beira dos 50 anos, já começa a tirar o pé. Ainda mais eu, que sempre fui escravo do corpo a vida inteira, fiz dieta, malhei. Chega uma hora que você fala “não dá”. E no futebol americano se você não estiver bem preparado, é melhor você nem entrar, porque vai ficar para trás. Para mim é gratificante poder jogar com a molecada, apesar da quantidade de coisas que eu ouço em campo, das provocações.