A reunião do Bom Senso F.C. com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) durou cerca de duas horas, mas os resultados da conversa mesmo só devem sair em duas semanas. Em um encontro com Paulo André, Dida, Juninho, Cris e Seedorf, representantes dos atletas, José Maria Marin e Marco Polo del Nero pediram um prazo maior para tentarem atender o movimento.

"Ficaram de nos dar um retorno em duas semanas. Em duas semanas vamos voltar e discutir os pontos já pensando no ano que vem. Torço para que a gente volte aqui e tenha boas notícias", disse Paulo André, um dos principais líderes do movimento e único do grupo de atletas que falou com a imprensa.

Os jogadores entregaram uma espécie de dossiê aos cartolas, presidente e vice da entidade, respectivamente. No documento, eles apresentaram argumentos e sugestões sobre cinco pontos que pretendem debater para o futuro do futebol brasileiro: calendário, férias dos atletas, pré-temporada, fair-play financeiro e representatividade em congressos técnicos.

Paulo André enfatizou que os três primeiros pontos devem ser postos em prática já em 2014. O zagueiro do Corinthians admitiu que o fair-play financeiro e a representativa de atletas demandam uma discussão mais longa para entrarem em vigor.

Um dos motivos para o prazo de duas semanas é a agenda dos cartolas. Marin, por exemplo, estará com a seleção brasileira em uma turnê pela Ásia, onde o time de Luiz Felipe Scolari enfrentará Coreia do Sul e Zâmbia. Marco Polo del Nero, que passou as últimas semanas às voltas com seus compromissos no Comitê Executivo da Fifa, normalmente acompanha o parceiro político em eventos do tipo.

Hoje, o Bom Senso F.C. já conta com quase 600 signatários em todo o país. Até o fim da semana passada, 18 dos 20 clubes da Série A estavam representados no movimento.