O Bom Senso F.C. segue crescendo e ganhando cada vez mais adeptos. O movimento, que começou com a participação de 75 jogadores das duas principais divisões do futebol brasileiro (Série A e Série B), agora tem mais de 600 assinaturas. Com o sucesso do grupo nos bastidores, o próximo passo dos líderes é conseguir a adesão de membros de comissões técnicas (treinadores, auxiliares e responsáveis pelo departamento médico).

Em entrevista ao LANCE!Net, Fabio Mahseredjian, preparador físico do Corinthians, mostrou total apoio ao protesto dos jogadores contra o atual calendário do Brasil. Insatisfeito com o excesso de jogos no ano, ele cobra um maior tempo de preparação.

- É totalmente interessante (debate sobre o calendário). É o corpo deles (jogadores) que está em jogo. Estão certíssimos. O Oswaldo (Oliveira, técnico do Botafogo) mesmo teve um problema do coração. Ele esava em casa descansando? Não. Ele estava trabalhando forte, sem pausa. Ele é um grande amigo meu. Todo mundo tem exercido uma pressão a respeito disso, inclusive nossa diretoria (Corinthians). Mas os jogadores sofrem mais com isso. Podemos bater 81 partidas neste ano. É mta coisa? É muita coisa! Da minha parte, continuo brigando pelo pouquíssimo tempo de preparação - declarou.

Na última segunda-feira, na sede da CBF (Confederação Brasileira
de Futebol), no Rio de Janeiros, o Bom Senso F.C., representado por Paulo André (Corinthians), Seedorf (Botafogo), Dida (Grêmio), Juninho (Vasco) e Cris (Vasco), se reuniu com o presidente José Maria Marin.

No encontro, que durou cerca de duas horas, os jogadores entregaram um dossiê com os cinco pontos para serem debatidos e analisados: melhorias no calendário, férias, pré-temporada, fair play financeiro, e representatividade dos jogadores nos conselhos técnicos.

A CBF não deu uma posição definitiva a respeito do documento enviado pelos atletas, que tem 15 páginas e disseca as questões apresentadas, mas prometeu, em uma nova reunião a ser realizada em duas semanas, apresentar seu ponto de vista.

O DOSSIÊ
Com relação às férias, o grupo defende que os jogadores tenham 30 dias initerruptos de férias, conforme prevê a Lei Pelé. Sobre a pré-temporada, a proposta que o tempo seja entre quatro e seis semanas. A respeito do calendário, o Bom Senso defende que haja sete jogos no período de 30 dias, no máximo, acrescentando ainda a necessidade da interrupção das competições nacionais em datas Fifa. Já na questão do fair play financeiro, o modelo adotado é a política praticada pela Uefa.