No domingo, em Brasília, o Flamengo foi vazado pela 19ª vez no segundo tempo, elevando o número de gols sofridos na etapa final neste Brasileirão. O fato, que, inicialmente, pode sugerir desgaste físico nos 45 minutos finais, é atribuído pela comissão técnica a um conjunto de fatores.

A estatística corresponde a 61% dos gols levados pelo time na competição, de um total de 31. Destes 19, nove ainda aconteceram nos 15 minutos finais. Só nos últimos cinco jogos na competição, foram quatro gols tomados no segundo tempo.

– É natural que o time que está perdendo venha com uma disposição a mais na segunda etapa. Tem ocasiões de jogo também na qual desperdiçamos chances de matar os jogos. Então, às vezes, não tem a ver com a preparação física, são ocasiões. Contra o Criciúma, por exemplo, ganhamos de 4 a 1 – explicou ao LANCE!Net o preparador físico do clube, Joelton Urtiga.
A força do ataque, destacada por Urtiga, também parece seguir a tendência de um ritmo com menos intensidade do time no segundo tempo das partidas no Campeonato Brasileiro. Dos 31 gols marcados, apenas 13, ou seja, menos da metade, foram concretizados na etapa final.

Há dois meses com dois jogos marcados por semana e a disputa de duas competições simultâneas, o Flamengo também usa o calendário com excesso de compromissos para justificar o desgaste do grupo, especialmente na reta final do torneio.

– É claro que a sequência de jogos atrapalha o preparo físico dos jogadores. Você não consegue fazer a recuperação ideal porque é um intervalo muito curto de um jogo para o outro – ponderou Urtiga.

A 12 rodadas do fim do Brasileiro, o Flamengo tenta, ao menos, fazer o resultado no primeiro tempo e afastar-se de vez das proximidades da zona de rebaixamento.

E, por fim, guardar fôlego para o confronto diante do Botafogo pela Copa do Brasil, competição que poderá render, no fim, título e uma vaga na Libertadores de 2014.

Bate-Bola

Joelton Urtiga
Preparador físico do Flamengo em entrevista ao LANCE!Net

Como você avalia, em geral, o condicionamento do grupo?
Fui preparador físico titular enquanto Mano Menezes não estava no comando do time. Estava com Jorginho e, agora, Jayme de Almeida. Então é mais ético que fale apenas sobre estes dois momentos.
Alguns jogadores chegaram ao longo do ano, entre eles André Santos. Ele já conseguiu atingir a melhor forma física?

Ele não teve uma pré-temporada adequada e sabíamos que isso iria acontecer. O jogador já diminuiu o percentual de gordura. Ele dá o máximo dentro de campo e depois precisa ser substituído. O ideal seria segurá-lo por uma semana, mas não podemos poupar jogadores.

E sobre Carlos Eduardo?
Ele ainda está se adaptando, vem de um futebol diferente, mas está evoluindo física e tecnicamente. Temos de ter cuidado com esse jogador para evitar lesões.