Time feminino do Flamengo passa por transição para pertencer ao clube, não ao futebol

16/10/2021 11:11

Time feminino do Flamengo passa por transição para pertencer ao clube, não ao futebol

Time feminino do Flamengo passa por transição para pertencer ao clube, não ao futebol
Foto: Gilvan de Souza / Agencia O Dia

Um ano depois de ver a debandada de boa parte das jogadoras de seu time feminino de futebol, o Flamengo se reestrutura para abraçar de vez a modalidade e, em breve, ter um elenco formado apenas de atletas do clube. A equipe, com muitas caras novas desde março de 2021, entra em campo hoje pela quarta rodada do Campeonato Carioca, contra o Macaense, em nova fase da modalidade, mas ainda em parceria com a Marinha do Brasil.



Recentemente, quando o orçamento deste ano foi readequado para quase R$ 1 bilhão de receita bruta, um movimento nas redes sociais que usou a hashtag #FlaAssumeAsMinas pediu que a diretoria assumisse de vez a equipe feminina, que está no guarda-chuva da vice-presidência do futebol de base, não na do profissional. Com patrocinador máster do banco BRB anunciado em setembro e mais apoio interno, o Flamengo/Marinha quer deixar no passado a nona colocação no último Brasileiro e brigar de igual para igual com as equipes paulistas.


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O plano prevê, a partir de 2022, uma interrupção gradual da parceria, com a evolução do time sub-18, criado em 2019 e hoje integralmente ligado ao Flamengo. Atualmente, boa parte do plantel não é apenas sargento da força armada. Mas a entrada na pasta do futebol não deve acontecer tão cedo. Segundo O GLOBO apurou, o vice-presidente Marcos Braz não é contra a integração, mas a decisão cabe ao presidente Rodolfo Landim. A maioria da diretoria e dos conselheiros ignora o tema, em ambiente excessivamente masculino na tomada de decisões. Landim assumira publicamente, em reunião de conselho do clube em 2019, quando três novas vice-presidências foram criadas, que a equipe feminina passaria para a pasta do futebol profissional. Procurado, o mandatário não se posicionou.

Histórico de dificuldades
A categoria foi criada em 2015, na gestão do presidente Eduardo Bandeira de Mello, por iniciativa de conselheiros como Lysias Itapicuru e incentivo do então vice de futebol Wallim Vasconcellos e do vice-geral Walter D’Agostino. Na ocasião, era obrigatório pela Conmebol que times que disputassem a Libertadores tivessem equipes femininas. Desde então, a modalidade enfrentou muitas dificuldades, mesmo sem custos para o Flamengo.

Houve um período em que as jogadoras tinham apenas dois uniformes por ano, mas o desempenho em campo era bom. A saída de algumas atletas no ano passado se deu em momento pujante do clube financeiramente, só que no meio da pandemia. Houve relatos de descaso e pouca atenção. As atletas não tinham nem carteira do clube para acessar a Gávea. Necessitavam de autorização. "A gente se sente Marinha, não Flamengo", diziam.

Mesmo que o Flamengo tenha assumido a comissão técnica, toda a estrutura de Centro de Treinamento, departamento médico e funcionários da equipe é fornecida pela Marinha. Apesar de jogar algumas vezes na Gávea, as atletas do Flamengo não treinam nem na sede nem no moderno CT Ninho do Urubu, local do qual apenas profissionais e jovens da base usufruem.

Maior visibilidade e aposta na base
Atualmente, a situação melhorou, há mais espaço para os jogos e atividades da equipe feminina nas mídias do Flamengo, que recentemente passou a transmitir as partidas na FLa TV. As jogadoras também apacerem em campanhas de uniformes na mesma proporção que os jogadores mais famosos. Sem contar os patrocinadores BRB, Sócios.com e MOSS.

Em termos de gestão, o Flamengo enfim contratou um profissional responsável pelo time feminino. André Rocha, ex-Vasco, chegou com a função de montar o novo elenco e a comissão técnica, hoje chefiada por Célso Silva, ex-auxiliar de Ricardo Abrantes, e totalmente atrelado ao Flamengo, não à Marinha. O antigo treinador e seu companheiro foram importantes na primeira fase do futebol feminino do Flamengo, com a conquista do Brasileiro 2016 e do Mundial Militar.

A intenção é que a estrutura mais profissional favoreça uma melhor captação de jogadoras jovens. Algumas do sub-18 já têm sido chamadas para a seleção brasileira. As contratações passam por dois critérios. O de mercado, em que o clube negocia com agentes e paga salários maiores, e por edital público para contratação de jogadoras como 3º sargento por até oito anos, com salário de menos de R$ 5 mil. Por isso, muitas jogadoras que tiveram proposta nos últimos anos preferiram sair. Foram quase vinte no total para outros clubes.

O responsável institucional pelo futebol feminino no flamengo é o vice-presidente Vitor Zanelli, que além da modalidade administra a base e o futsal. O dirigente veio das quadras, e foi diretor na gestão Patrícia Amorim. Depois, deixou o clube e voltou alinhado a um dos grupos políticos que deu sustentação à candidatura de Rodolfo Landim em 2018. Em recente entrevista à Fla TV, Zanelli afirmou que o crescimento do futebol feminino será gradativo e que o ano de 2021 é de transição, mas não respondeu as perguntas enviadas pela reportagem.

— Nós sempre atendemos o orçamento. Buscamos soluções para aumentar e, para isso, começamos a trabalhar muito a mídia, a FlaTV... Fizemos uma transmissão maravilhosa no último Estadual. As áreas de Comunicação e Marketing têm sido muito parceiras. Estamos em 2021, que é o nosso grande ano de transição, conseguindo realizar tudo que tínhamos planejado lá atrás. O crescimento é gradativo. Hoje temos BRB, Sócios.com, MOSS e vamos brigar por títulos em 2022 — afirmou o dirigente, que não respondeu aos questionamentos enviados para a assessoria do Flamengo.

ABAIXO, PERGUNTAS ENVIADAS AO CLUBE:

- Como os representantes do futebol feminino do Flamengo enxergaram a campanha feita nas redes sociais para que o clube assumisse de vez a modalidade em sua integralidade?

- Por que o clube com maior receita bruta do Brasil, na casa de quase R$ 1 bilhão, ainda divide o futebol feminino do masculino e coloca as mulheres no guarda-chuva da base?

- Há uma data prevista para que o Flamengo assuma o futebol feminino integralmente?

- Qual a avaliação sobre o atual momento da parceria Flamengo/Marinha?

- Por que o time feminino utiliza a estrutura da Marinha e não do Ninho do Urubu?

- O futebol feminino tem seu orçamento próprio? Qual a evolução dele nos últimos anos da parceria? E dos patrocínios? A modalidade é quantos % custeada pelo Flamengo hoje?

- Como o Flamengo avalia o seu estádio de desenvolvimento da modalidade comparado aos clubes paulistas, especialmente o Corinthians?



- Qual o balanço do número de jogadoras e profissionais contratados pelo clube e pela Marinha atualmente?

- O clube resolveu o problema de falta de uniformes? As jogadoras tinham algumas peças por ano

- A que o clube atribuiu a debandada de várias titulares no ano passado? Faltou prestigiar mais?

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1303 visitas - Fonte: Extra.globo


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