Após apostar em Carlos Eduardo para o meio-campo do Flamengo e oferecer-lhe um dos maiores salários do elenco, a diretoria rubro-negra pode estar descobrindo que o jogador está longe de recuperar o talento que apresentou no Grêmio e na Alemanha. A opinião é do jornalista Sidney Garambone, da TV Globo, convidado do "Redação SporTV". Segundo ele, o clube deveria ter analisado melhor o desempenho do atleta antes de contratá-lo. Apesar de se mostrar melhor nos últimos jogos, Carlos Eduardo pode ter "perdido o bonde" na Rússia, onde defendeu o Rubin Kazan, afirmou Garambone.

- O erro original é contratar jogadores sem saber realmente como eles estão. Custa dinheiro acompanhar mais, mas não fazem isso. Ele chegou fora de forma. Se não houver prejuízo para o clube, acho que é o momento de não dar continuidade ao projeto - disse o jornalista.

Garambone acredita que a dúvida do Flamengo em relação ao jogador pode selar o afastamento do mesmo. Rumores dão conta de que o vice de marketing, Luiz Eduardo Baptista, estaria decepcionado com a produtividade de Carlos Eduardo. Em entrevista à Rádio Brasil, o empresário do atleta, Jorge Machado, demonstrou estar irritado com as declarações na imprensa da diretoria rubro-negra sobre o fraco rendimento do jogador.

- Ele tinha uma vitalidade quando garoto, com talento ajudado pela correria. Saiu do futebol brasileiro e não explodiu fora. Perdeu o bonde e tentam recuperá-lo na volta. Aquele Carlos Eduardo do Grêmio é apenas 30% no Flamengo - disse Garambone.

Jornalista defende tempo a Carlos Eduardo

O comentarista da RBS TV, Diogo Olivier, defende que o Flamengo deve preservar Carlos Eduardo. O jornalista disse que o jogador foi contratado em um contexto negativo e que ainda pode mostrar trabalho com o tempo e a recuperação do ritmo. Ele lembrou que o meia-atacante foi destaque pelo Grêmio, atuando pela esquerda, mas não pode ser cobrado como o "cérebro" da equipe.

- No jogo contra o Coritiba, ele foi um pouco melhor. Veio de lesão e o Flamengo esperava muito. Eu não me livraria dele. Se analisarmos o que se esperava dele, foi uma das piores contratações, mas tem que analisar o contexto. Veio de um ano ruim, de lesão, entrou em um time que não é um grande time, com a gestão economizando. Ele nunca foi um "Zico", um grande jogador. Mas não é para se desistir dele. Sempre foi um jogador marcado pelo esforço. Não vai dar resultado esse ano, mas pode render muito mais com uma boa pré-temporada.

Carlos Eduardo foi revelado pelo Grêmio, onde se projetou em 2007 após ser promovido ao time profissional. Vendido no meio daquele ano para o Hoffenheim, da Alemanha, acabou se destacando no país, como principal armador e driblador da equipe. A passagem pelo Rubin Kazan, a partir de 2010, foi marcada por uma lesão no joelho. Daquele ano até a apresentação no Flamengo, no início de 2013, disputou apenas 13 partidas e fez dois gols.