O Flamengo tem capacidade de comprar Andreas Pereira, mas ainda não sabe se vai "colocar todo o investimento dentro de uma cesta". Pode renovar o contrato com a Adidas, que chega ao fim em 2022 após dez anos, mas criou um grupo de estudos para avaliar a criação de uma marca própria. Em entrevista ao ge, o vice-presidente de finanças, Rodrigo Tostes, explica as estratégias e afirma que não há plano B para o Maracanã, cujo edital de licitação já está publicado.
O clube planeja o futuro em várias frentes, inclusive virtuais, e adota cautela para não dar passos errados em meio a um audacioso projeto de compra de clube no exterior, o Tondela, de Portugal. Entre todos esses planos, o Maracanã é visto como fundamental para "ligar" as ações do clube, mas, no momento, dá prejuízo.
— Faz parte — disse Tostes, apontando que são necessárias pelo menos 25 mil pessoas para gerar um resultado operacional positivo em jogos no estádio.
Questionado se continuaria o modelo de co-gestão com o Fluminense, ou poderia haver até a inclusão do Vasco, que também já mostrou interesse em participar da licitação, ele explicou:
— Não sabemos ainda, mas a estratégia de ter o Maracanã para esse projeto de longo prazo do clube é essencial. Não estou dizendo ter sozinho. O Flamengo jogar no Maracanã e explorar o Maracanã como ativo é um projeto estratégico para os próximos 25 anos.
Com R$ 1 bilhão de faturamento bruto garantido em 2021, Tostes afirma que o clube tem "total" capacidade para comprar Andreas Pereira, emprestado pelo Manchester United com preço fixado em 20 milhões de euros (R$ 129 milhões na cotação atual), mas cabe ao futebol avaliar se vale "colocar todo o investimento dentro de uma cesta".
— Aí o atleta machuca. Deixou de investir em outros cinco. Isso que o planejamento do futebol aponta. Então, não é uma questão de planejamento financeiro, é um planejamento muito maior feito pelo futebol, com o financeiro, com o presidente do clube.
Andreas Pereira foi emprestado pelo Manchester United com preço fixado em 20 milhões de euros — Foto: André Durão
Andreas Pereira foi emprestado pelo Manchester United com preço fixado em 20 milhões de euros — Foto: André Durão
Questionado sobre a possibilidade de renovação com a Adidas, Tostes diz que a empresa entende que quando assinou o contrato anterior o patamar do clube era outro. Ainda assim, revela que foi criado um grupo de estudos para avaliar outras possibilidades, como criação de marca própria e até um formato híbrido de contrato. Um dos fatores levados em conta é se o Flamengo pode abrir mão da receita garantida dos royalties que, segundo Tostes, é relevante para o orçamento.
— Esse contrato ainda não foi encerrado, está em negociação pelo marketing. Os números do Flamengo são muito grandes, eram números "X" há dez anos quando esse contrato foi assinado, e são números bem significativos agora. Existe um entendimento do que o Flamengo se tornou por parte da Adidas, então eu não daria esse contrato por encerrado. Sobre a questão de marca própria, tem um grupo de trabalho aqui dentro estudando exatamente isso, chegaram a algumas conclusões, mas não a uma decisão final em relação à marca própria. Se vai ser uma marca própria, se vai continuar com a Adidas, se será híbrido... A avaliação que estamos fazendo com relação a marca própria é essa, se o momento é esse e qual o melhor momento para o modelo do Flamengo. Não é um clube que vende 100 camisas, vende milhões.
O vice-presidente de finanças rubro-negro falou ainda sobre a FlaTV+, o futuro das transmissões de jogos do clube, a licitação do Maracanã, as iniciativas no mercado digital e os números apresentados na readequação do orçamento de 2021.
Todas as colocações foram ótimas é só questão de estudos com inteligência e conhecimento e por em prática
Eu acho que o Flamengo deveria investir numa arena de 40 mil lugares e quando fosse ter um grande jogo seria no Maracanã
Temos que pensar em nosso estádio. E nao sei se esse Andreas é tudo isso nao.
Marca própria não vale a pena. Pensa na logística de distribuição desse material. A adidas por exemplo, além de todo know-how em distribuição e pontos de venda, tem a facilidade de distribuir o produto Flamengo com outros produtos, já o Flamengo, seria só o Flamengo. Se a adidas quer, consegue vender camisa do mengão até na África se quiser, já o Flamengo não. É um custo e trabalho muito grande que podem dar errado. Eu continuaria com a empresa alemã.