A feira global da Soccerex se despede este ano do Brasil e é justamente por isso que os organizadores prometem um evento em grande estilo para diferença. O maior trunfo é o palco da convenção: o Maracanã.

– Temos experimentado muita coisa no nosso último ano de feira global aqui e o Maracanã será o ápice. Foi o governador (Sérgio Cabral) que sugeriu. Vimos isso como uma oportunidade fantástica – contou ao LANCE!Net o CEO da Soccerex, o inglês Duncan Revie.

Nas três edições anteriores, a versão brasileira da Soccerex aconteceu no Forte de Copacabana. A mudança já foi acordada com o Complexo Maracanã S.A. Houve um custo adicional, não revelado.
– Isso é entre nós e o Maracanã. Mas não foi gratuito – diz Revie.

Além do estádio, um outro trunfo para que a Soccerex fique cheia neste ano é a proximidade com o sorteio dos grupos da Copa-2014. A feira acontecerá de 30 de novembro a 5 de dezembro, acabando na véspera do evento da Fifa na Bahia.

– No Maracanã poderemos receber muito mais pessoas. Quem vier para o sorteio, virá à Soccerex também – comemorou o CEO.
O diretor de marketing da Soccerex, David Wright, revelou uma reação inesperada dos participantes.

– As pessoas se espantaram quando descobriram que seria lá. Poderemos receber até cerca de oito mil pessoas no estádio. Já há representantes de 120 países registrados e esperamos chegar a 180, 190. Há 200 companhias registradas. Serão 220 clubes e federações – conta.

Além do Maracanã, o Maracanãzinho será usado para o Festival do Futebol, jogo de astros que acontece nos dois primeiros dias da feira. Neste ano, ele será aberto ao público.
Adeus ao Troféu João Havelange

Com a imagem manchada depois dos escândalos de corrupção que o fizeram perder o título de presidente de honra da Fifa e a vaga no Comitê Olímpico Internacional, João Havelange ainda dá nome a um troféu na Soccerex, oferecido a figuras que se destacaram no futebol, como Ronaldo e Zagallo. Mas a homenagem já está com os dias contados: este ano será o última.

– A Soccerex é um evento do futebol. Não dá para discutir que Havelange tem um dos maiores impactos positivos no futebol. Estamos honrando quem fez do futebol um negócio. Mas quando viemos para o Brasil, criamos o prêmio para durar quatro anos – explicou David Wrigth.

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Duncan Revie - CEO da Soccerex, em entrevista ao LANCE!
‘Futebol vai além dos problemas econômicos’
Como a crise na economia da Europa afeta a Soccerex?
- Não jogamos com isso. Estamos 100% cientes da situação, dos distúrbios, e felizmente parece que tudo está se acalmando. A austeridade da Europa também. Estamos subindo. Futebol vai além dos problemas econômicos.

Há uns dias, a Inter de Milão foi comprada por um magnata indonésio. Hoje em dia para crescimento econômico do futebol é mais importante interesse de indivíduos ou apoio de governos e entidades?
- Por exemplo, todo mundo parou para ver a Inglaterra se classificando à Copa, o país para. Menos minha mulher (risos). Eu tenho visto isso no mundo todo. Há um interesse geral ainda pelo futebol das seleções. Mas é claro que isso está diferente nos clubes, onde realmente há indivíduos trabalhando. Mas é interessante um equilíbrio.

Que tipo de novidade poderá ser feita no Maracanã?
- Poderemos usar o gramado e colocar os delegados para bater pênalti. É o que chamaremos de Maracanã Experience. Se você marcar, vamos dar um pirulito e um emblema dizendo: “Eu marquei no Maracanã”.

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David Wright- Diretor de Marketing da Soccerex, em entrevista ao LANCE!

‘Em cinco anos aqui, vejo crescimento nos clubes’
A crise tirou força da Soccerex?
- Futebol não está impenetrável aos problemas financeiros que vimos na Europa e ao redor do mundo, mas ele ainda continua crescendo. São grandes eventos, negociações multimilionárias. E a Soccerex continua sendo uma plataforma importante para os negócios.

Sobre o Maracanã Experience, já há o roteiro de atividades?
- Queremos fazer da Soccerex uma experiência para as pessoas. Estamos projetando ainda como será a fórmula completa.

Vale a pena pagar tão caro para participar da Soccerex?
- É um evento de negócios. É a chance que você tem de estar junto a diversas empresas. Se tivesse que fazer isso individualmente, você teria que gastar o voo para Londres, depois Zurique, depois Madrid. Aqui vai estar todo mundo junto.

Como avalia o desempenho dos clubes brasileiros no marketing?
- Há cinco anos, eu ia aos jogos no Maracanã. Tinha apenas pequenas lojas vendendo artigos dos clubes. Muito diferente da Inglaterra. Mas tenho visto crescimento em alguns, buscando patrocínios e contatos internacionais.