A polêmica entrevista de Jorge Jesus ao jornalista Renato Maurício Prado, publicada com exclusividade no UOL, caiu como uma bomba no mundo do futebol. Se por um lado o treinador foi muito criticado do ponto de vista ético, por outro o Flamengo recebeu mal as palavras do Mister. Se procurava cavar um retorno ao clube onde fez história e virou ídolo, Jesus acabou vendo o tiro sair pela culatra.



Na Live do Danilo e do Vitão, transmitida pelo UOL Esporte toda segunda, quarta e sexta às 15h, os jornalistas Danilo Lavieri, Vitor Guedes e Leo Burlá debateram os efeitos colaterais da entrevista de Jorge Jesus. Na opinião de Burlá, um dos objetivos da entrevista do Mister era dar o troco na diretoria do Flamengo pelo tumulto causado por Marcos Braz e Bruno Spindel em Lisboa no fim do ano passado, quando foram à Europa para contratar o substituto de Renato Gaúcho.



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À época, Jesus comandava o Benfica e vivia semanas decisivas no cargo, com clássicos contra o Porto e compromissos pela Champions League. Dias depois, segundo Burlá, o Mister ficou "alucinado" quando viu a notícia da contratação do compatriota Paulo Sousa.

"A matéria revela de forma muito evidente a vontade do Mister em retornar, embora eu não tenha tanta certeza que esse desejo é genuíno mesmo. Bastava um telefonema para o Landim, dizendo assim, quando o técnico cair me liga, se tiver considerando mudar de treinador me telefone, a gente volta a conversar."

"Ele na verdade veio só para bagunçar, missão cumprida, ponto, nada além disso, e de certa forma se vingar um pouco da confusão que o Flamengo causou em Lisboa em dezembro. Jesus tinha certeza absoluta que o Flamengo não iria contratar nenhum outro português, ele ficou alucinado quando o Paulo Sousa foi anunciado como técnico do Flamengo", opinou o setorista do Fla.

Embora a entrevista não tenha causado o efeito esperado por Jesus, Burlá acredita que os efeitos colaterais não são suficientes para fechar as portas em definitivo do Flamengo para o Mister, que sabe trabalhar sua relação com o torcedor e manter viva a memória de sua passagem vitoriosa e histórica pelo clube.

"A vinda dele já estava causando fumaça há coisa de um mês, o assunto já estava no caldo rubro-negro, a partir do momento que ele pisa no Galeão, que já tinha um sósia para o receber. Aí vira público, está no restaurante, na praia, na Sapucaí, ele na Sapucaí era a celebridade desse Carnaval, o cara a ser visto, fotografado, acompanhado."



"Ele sabe jogar muito bem com o sentimento do torcedor, embora dessa vez o tiro tenha saído errado, calculou uma coisa e o resultado não foi aquilo que ele imaginava, agora pode até haver uma rejeição parcial da torcida, que deixou o Paulo Sousa numa situação péssima, gera até uma onda de comoção. Mas o fantasma do mister não morre não, o episódio abala mas não acaba a relação com o Flamengo", afirmou Burlá.

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