Everton Cebolinha durante partida pelo Benfica, na temporada 2021/22 Octavio Passos/Getty Images

Próximo de fechar a venda de Everton Cebolinha para o Flamengo, o Benfica tem a fama de ser um 'reduto brasileiro' na Europa. A ligação entre Brasil e Portugal é levada a sério pelos lisboetas, que nas últimas décadas contrataram muitos jogadores nascidos na pátria irmã. Porém, como mostra levantamento feito pelo ESPN.com.br, se engana quem pensa que o clube português apenas lucrou com as negociações.



O levantamento levou em consideração as principais - e não todas - negociações envolvendo brasileiros, do início do século XXI até os dias atuais, com dados fornecidos pelo site especializado em mercado da bola Transfermarkt.com, e já considerando a possível transferência de Cebolinha para o Rubro-Negro, uma vez que o atacante se encaminha para ser o caso mais recente.


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Além disso, cada caso é tratado de maneira individual, ou seja, os valores de cada uma das transações não foram somados para medir lucro ou prejuízo total. Explica-se: se um atleta foi comprado por um valor, mas negociado por cifra inferior, ele já consta entre aqueles que trouxeram prejuízo aos cofres do clube.

Contratado junto ao Grêmio em agosto de 2020 por 20 milhões de euros (R$ 127,6 milhões, pela cotação da época), Cebolinha está próximo de deixar a capital portuguesa por valor inferior, que pode chegar no máximo a 16 milhões de euros (cerca de R$ 85,5 milhões, pelas cifras atuais), em prejuízo de 4 milhões de euros (R$ 21,2 milhões).

E para além de Cebolinha, outros 14 brasileiros também deram prejuízo ao Benfica no mercado da bola. Veja abaixo todos eles*:

Roger Flores: comprado por 6,52 milhões euros (Fluminense)/ saiu por 2,3 milhões euros (Corinthians)

Edcarlos: comprado por 1,8 milhão de euros (São Paulo)/ saiu por 1,3 milhão de euros (Cruz Azul-MEX)

Sidnei: comprado por 7 milhões de euros (Internacional)/ saiu por 6,5 milhões de euros (Deportivo La Coruña)

Léo: comprado por 250 mil euros (Santos)/ saiu de graça (Santos)

Éder Luís: comprado por 4 milhões de euros (Atlético-MG)/ saiu por 1,5 milhão de euros (Vasco da Gama)

Airton: comprado por 2,6 milhões de euros (Flamengo)/ saiu de graça (fim de contrato)

Jardel: comprado por 4,48 milhões de euros (Desportivo Brasil)/ saiu de graça (fim de contrato)

Patric: comprado por 2 milhões de euros (São Caetano)/ saiu por 1 milhão de euros (Atlético-MG)

Júlio César: comprado por 500 mil euros (Belenenses)/ saiu de graça (Getafe)

Bruno César: comprado por 5,5 milhões de euros (Corinthians)/ saiu por 5 milhões de euros (Al Ahli)

Emerson Conceição: comprado por 2 milhões de euros (Lille)/ saiu por 1,6 milhão de euros (Trabzonspor-TUR)

Felipe Menezes: comprado por 1,10 milhão de euros (Goiás)/ saiu de graça (Palmeiras)

César Martins: comprado por 3 milhões de euros (Ponte Preta)/ saiu de graça (Santa Clara-POR)

Marcelo Hermes: comprado por 2,91 milhões de euros (Grêmio)/ saiu de graça (Cruzeiro)

Em relação às transferências de brasileiros que foram lucrativas para o clube português, o número é inferior, se comparado às que deram prejuízo para os cofres dos Encarnados. Ainda assim, o Benfica fez excelentes negócios. Veja abaixo:

David Luiz: comprado por 500 mil euros (Vitória)/ saiu por 25 milhões de euros (Chelsea)

Ramires: comprado por 7,5 milhões de euros (Cruzeiro)/ saiu por 22 milhões de euros (Chelsea)

Fellipe Bastos: revelado pelo clube/ saiu por 1,5 milhão de euros (Vasco da Gama)

Anderson Talisca: comprado por 4,75 milhões de euros (Bahia)/ saiu por 19,2 milhões de euros (Guangzhou Evergrande-CHN)

Alan Kardec: comprado por 2,5 milhões de euros (Vasco da Gama)/ saiu por 4,5 milhões de euros (São Paulo)



Ederson: comprado por 500 mil euros (Rio Ave-POR)/ saiu por 40 milhões de euros (Manchester City)

Caio Lucas: contratado sem custos (Al Ain)/ saiu por 2 milhões de euros (Sharjah)

A lista é finalizada com mais dois nomes, que não trouxeram lucro nem prejuízo para o clube português. O primeiro deles é o meia Pedrinho, que foi contratado em 2020 junto ao Corinthians por 18 milhões de euros (R$ 118 milhões, pela cotação da época), mas deixou o clube no ano seguinte, rumo ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, pelo mesmo valor.

Em seguida, vem o goleiro Júlio César, que inclusive foi revelado pelo Flamengo, e chegou ao Benfica em 2014, sem qualquer custo junto ao Queens Park Rangers, da Inglaterra. Em 2017, ele deixou Portugal, também sem custos, e encerrou a carreira no próprio Rubro-Negro.



O atacante Diego Souza, revelado pelo Fluminense e que atualmente está no Grêmio, seria mais um nome do levantamento, mas como os valores de sua transferência para o Benfica, em 2005, não são conhecidos, o mesmo não foi incluído. O que se sabe é que, em 2008, o atacante foi vendido pelos lisboetas para o Palmeiras por 3,75 milhões de euros (R$ 10 milhões, pela cotação da época), mas não é possível afirmar se houve lucro ou prejuízo somente com este dado.

Por que Cebolinha no Flamengo não é caso raro de prejuízo no Benfica com brasileiros no século; veja principais negociações