Agustin Rossi, goleiro do Boca Juniors, em ação durante jogo na Argentina
Imagem: Rodrigo Valle/Getty Images
Só resta definir o "como" e o "quando", mas o goleiro Agustín Rossi já está fora do Boca Juniors, pelo que apurou a coluna ontem (8) em Buenos Aires, durante a apresentação do novo arqueiro xeneize.
E ele é um nome pesado: ninguém menos que Sergio "Chiquito" Romero, de 35 anos, ex-Manchester United e dono das traves da seleção argentina nas Copas do Mundo de 2010 e 2014.
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Com a chegada de Romero, o Boca automaticamente descarta Rossi para a sequência da temporada. Assim que "Chiquito" estiver em condições de jogo, ele será o titular, e o atual reserva, Javier García, manterá a condição de suplente. Tal estreia está prevista para acontecer contra o Rosario Central do agora técnico Carlos Tevez, na Bombonera, na quarta-feira da semana que vem (dia 17).
E Rossi?
A coluna contou semana passada que Rossi e Boca estavam em aberta rota de colisão, mesmo com o ótimo goleiro de 26 anos sendo aclamado pela torcida como não ocorria desde os tempos de "Pato" Abbondanzieri.
O contrato de Rossi com o Boca termina em junho do ano que vem, e suas negociações com o Conselho de Futebol, comandado por Juan Román Riquelme, terminou em troca de acusações e na decisão de afastar o goleiro que, numa pesada humilhação, deve ser tirado do elenco aos poucos, fazendo as suas duas últimas partidas pelo clube neste meio de semana (pela Copa Argentina, contra o Agropecuário) e no domingo, contra o Racing, em Avellaneda.
Romero não estrearia contra a Academia porque foi revelado pelo clube e usou as instalações para manter a forma neste meio do ano.
Representante de Rossi, Miguel González fez pesadas críticas em entrevista à Rádio La Red na semana, revelando que o salário do goleiro era de apenas R$ 60 mil por mês, valor muito fora do mercado de um arqueiro do seu nível.
"Me deu a impressão de que o Boca decidiu que Rossi não agarre mais. Me disseram que não o venderiam por menos de US$ 18 milhões, uma loucura", comentou.
"Nos deram a entender que se Rossi não assinasse, não jogava mais. O Boca não quer que Rossi assine. Dizerem que o que pedimos pode quebrar o clube é inacreditável. O clube segue sendo ingrato com ele. Cedemos muito, e encaramos a reunião como uma extorsão."
González citou também que a sua oferta era de US$ 7 milhões (cerca de R$ 37 milhões) líquidos até 2026 — o Boca espalhou a versão de que o valor seria de US$ 12 milhões.
"Nem quiseram olhar a contraproposta que levamos. Riquelme me disse: 'É isso ou saímos anunciando que não é mais goleiro do Boca'. Ponham as coisas sobre a mesa para ver quem mente. Tomara que estes caras não pensem em tirá-lo e o mantenham no time. É um assunto meu, não de Agustín. São totalmente ingratos."
Com tamanha confusão, o cenário para Rossi está claro. É do interesse do Boca lucrar com sua venda, e é aí que entra o Flamengo, que sondou os trabalhos do arqueiro em outro momento da temporada.
Outra maneira de negociação é pela "liberdade de ação", como chamam na Argentina a estratégia de o jogador acertar seus direitos por conta própria, o que ocorreria a partir de janeiro.
Torcida revoltada
Um goleiro eficiente de 26 anos sacado do clube e trocado por um veterano de 35 que está parado desde março. Seu último clube foi o Veneza, sendo rebaixado à Segundona da Itália.
É esta a desconfiança que o Boca vai precisar reverter com a chegada de Romero.
As redes sociais explodiram em Buenos Aires ontem à tarde detonando Riquelme pela maneira soberba e pouco flexível de negociar com os seus atletas. O zagueiro e capitão Cáli Izquierdoz já foi dispensado há duas semanas sem mais desdobramentos. Ele agora está no Sporting Gijón, da Segunda Divisão da Espanha.
O próximo a sair, segundo a apuração da coluna, é o atacante Darío Benedetto.
Ele e Izquierdoz ameaçaram abandonar a concentração do Boca na véspera da decisão contra o Corinthians em protesto pela forma e data de pagamento das premiações.
Agora é a maneira de o clube dar o troco nos "rebeldes".
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