Inspirado no Corinthians, torcedor do Flamengo cria a "Autistas Rubro-Negros" e mira Clássico da Inclusão
Marcos Felipe Leal, pai de Gabriela e Felipe - este portador de autismo -, iniciou movimento para criação de organizada na última segunda-feira e contou com rápida adesão
O rubro-negro Marcos Felipe Leal ao lado de Felipe, portador de autismo e sua grande inspiração — Foto: Arquivo Pessoal
Pai do autista Felipe, de 13 anos, e de Gabriela, de 15, o representante de vendas Marcos Felipe Leal sempre fez questão de contar ao mundo inteiro o amor pelos filhos e a dedicação à causa do caçula. Apaixonado pelo Flamengo, teve na última segunda-feira o estalo para unir suas grandes paixões e fundou a torcida organizada "Autistas Rubro-Negros".
Veio do Corinthians, adversário do Flamengo na final da Copa do Brasil, a inspiração para homenagear crianças que são portadoras do mesmo distúrbio neurológico do qual Felipe é portador. Em 2 de abril de 2022, foi criada a torcida corintiana "Autistas Alvinegros", que tem o apoio do goleiro Cássio. Agora foi a vez do vermelho e preto abraçar a causa.
- A ideia surgiu na segunda-feira. A inspiração veio da torcida Autistas Alvinegros, do Corinthians. E também pela história do Cássio, que tem uma filha autista (Maria Luiza). Meu filho, que também é autista, é a inspiração de tudo. Você já tem a coisa na mente, mas às vezes precisa de um estalo. E o estalo veio na segunda-feira - contou Marcos Felipe, de 47 anos.
Ideia na cabeça, mãos à obra. Marcos Felipe ligou para o vice-presidente de marketing do Flamengo, Gustavo Oliveira, e começou a movimentação para buscar apoio dentro do clube. Rapidamente foi atendido e começou a fazer contatos.
Clássico da Inclusão
O próximo passo foi conversar com Rafael Lopes, um dos responsáveis pelo grupo "Autistas Alvinegros", que tem faixa exibida nos jogos do Corinthians na Neo Química Arena. O papo fluiu, e Marcos e Rafael logo começaram a discutir ações que façam do jogo mais popular do Brasil também o "Clássico da Inclusão".
- Com a inspiração do Corinthians, a ideia da inclusão tem que estar acima de qualquer rivalidade. Estamos conversando para nos encontrarmos aqui em São Paulo na próxima semana.
Natural do Rio de Janeiro, Marcos Felipe Leal mora em Cachoeira Paulista, que fica a cerca de 200 km da capital. Ele ainda não sabe se estará no primeiro jogo da final da Copa do Brasil por questão de logística e horário, mas os encontros com os corintianos que abraçam o autismo são praticamente uma certeza.
- O Rafael é muito aberto a conversa. Ele quer muito me encontrar aqui em Cachoeira Paulista, onde temos um centro de atendimento para autistas. Inclusive, já começamos a tratar do Clássico da Inclusão.
Rápida adesão
Muito ativo nas redes sociais, onde inclusive é um dos responsáveis pelo perfil @flahistoria no Twitter e @flahistoria1981 no Instagram, Marcos Felipe Leal mudou o nome da página que tinha dedicada ao filho de @Paiautista75 para @AutistasRN na noite de terça-feira.
A adesão foi rápida. O perfil no Twitter recebeu várias curtidas e compartilhamentos. Além disso, vários torcedores do Flamengo com filhos e familiares autistas responderam à página com fotos. A Autistas Rubro-Negros já conta até com grupo no Whatsapp.
- Fizemos um grupo de Whatsapp onde trocamos experiências a respeito de dificuldades para irmos aos jogos e até em relação a tratamento do autismo. Está sendo muito positivo.
Foto: Reprodução
A uma semana do início da final da Copa do Brasil, Marcos Felipe Leal tomou uma decisão de campeão. Com inspiração maior em Felipe e também no adversário, mostrou que o abraço à inclusão está acima de qualquer rivalidade. Que o encontro entre Autistas Rubro-Negros e Autistas Alvinegros ganhe eco, amor e carinho das duas maiores torcidas do Brasil.
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