Não foi apenas o torcedor do Flamengo que não gostou do alto preço dos ingressos estipulado pela diretoria para o jogo de volta da final da Copa do Brasil. O Procon também não aprovou a tabela de preços que varia de R$ 250 a R$ 800 para o duelo do próximo dia 27, contra o Atlético-PR, no Maracanã, e tenta suspender as vendas, que serão iniciadas na noite desta segunda-feira.

Após reunião na manhã desta segunda-feira, a Secretaria de Estado de Proteção do Consumidor definiu que o clube terá que explicar o aumento que os representantes do governo chamaram de "abusivo".

"Isso é sacanagem. Não tem outro nome. Vamos propor duas ações, uma administrativa e outra jurídica. Na primeira, que já fizemos, convocamos os dirigentes do clube para uma explicação. Eles terão que mostrar uma planilha de custos que justifique esse aumento escandaloso. Na segunda medida, entraremos com uma ação na Justiça. Já estamos preparando isso. Será um pedido de liminar para suspender esse aumento e as vendas", explicou a secretária de Proteção do Consumidor do estado do Rio de Janeiro, Cidinha Campos.

"Temos que defender o cidadão. Admitimos que se cobre mais em um evento deste porte, mas não com esse valor. O outro time [Atlético-PR] cobra R$ 100 no Paraná, como podem pedir até R$ 800 aqui? Estamos recebendo muitas reclamações e precisamos agir. Isso não pode virar rotina. Estão explorando o torcedor", completou Cidinha.

A secretária ainda criticou a decisão do clube de diminuir o desconto a sócios-torcedores e os argumentos utilizados pela diretoria para defender o aumento.

"O mais gritante é eles penalizarem o sócio torcedor, justamente quem mais ajuda, com apoio e dinheiro. Tiraram esse desconto, que era de 50% [agora será de apenas 40%]. Isso é inadmissível. Falta respeito. E o clube será notificado e multado por isso", disse a secretária, sem especificar o valor da multa.

Procurado pela reportagem do UOL Esporte, o Flamengo informou que ainda não foi notificado oficialmente sobre o assunto, mas que deve se posicionar oficialmente sobre a decisão do Procon ainda na tarde desta segunda-feira. O clube ainda disse que não pretende rever os preços tão criticados.