Estádio Prince Moulay Abdellah sediará a final do Mundial de Clubes — Foto: Fred Gomes


O sonho do torcedor do Flamengo de ter o mundo de novo em 2023 passa obrigatoriamente pelo Estádio Prince Moulay Abdellah, em Rabat, palco da final do Mundial de Clubes. Coincidências que remetem a um passado vitorioso e a uma tradição rubro-negra no Maracanã podem encher de confiança os rubro-negros. A estrutura arquitetônica convida os mais atentos a uma viagem ao ano de 1981, e o lado da arquibancada destinado aos brasileiros encurta as distâncias entre Marrocos e Rio de Janeiro.



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A visita do ge ao estádio, porém, obviamente não tratou apenas de semelhanças positivas. A ida da reportagem na manhã de quarta-feira traz um panorama geral de como estão as obras de modernização do "Stade Prince Moulay Abdellah".

"A cara" do extinto Nacional de Tóquio

A reportagem da TV Globo chegou ao Prince Moulay Abedellah às 11h40 locais (7h40 de Brasília) desta quarta-feira, e assim que as primeiras postagens foram feitas pelos jornalistas presentes ao estádio, torcedores iniciaram as comparações com o extinto (demolido em 2015) Estádio Nacional de Tóquio, palco onde Flamengo, Grêmio e São Paulo foram campeões do mundo em 1981, 1983, 1992 e 1993 respectivamente.

O antigo Estádio Nacional de Tóquio era praticamente todo aberto, assim como o Prince Moulay Abdellah — Foto: Masahide Tomikoshi/TOMIKOSHI PHOTOGRAPHY

A pista de atletismo rodeando o campo, a arquibancada aberta quase que em sua totalidade (coberta apenas na área destinada à imprensa, assim como no Nacional de Tóquio), as torres verticais e um único placar eletrônico colocado ao lado da tribuna motivaram as lembranças.

Testando a internet do Prince Moulay Abdellah Stadium. #gefla pic.twitter.com/wGD9IIm9ke

— Fred Gomes (@fredgomes1985) February 1, 2023

Grande Fred, né por nada não, mas parece o Estádio Naciona de Tóquio. #Flamengo pic.twitter.com/KrJtyWtYCM

— Flamengo Against the Machine (@JairoMengo1979) February 1, 2023

À esquerda da tribuna de imprensa

Se o Prince Moulay Abdellah lembra o Nacional de Tóquio, com o Maracanã não há qualquer semelhança em termos estruturais em contrapartida. Uma tradição do Maraca, porém, será repetida em Rabat. No único jogo que o Flamengo disputará na cidade, sua torcida ficará posicionada à esquerda da tribuna de imprensa.

O Flamengo jogará no Prince Moulay Abdellah no dia 11 de fevereiro, num sábado. Se confirmar a esperada classificação à final, entra em campo às 16h (de Brasília). Caso a zebra passe na semifinal contra o vencedor de Wydad Casablanca x Al Hilal, disputa o terceiro e o quarto lugar às 12h30 (de Brasília).

Torcida do Flamengo ficará posicionada à esquerda da imprensa, entre os túneis 20 e 14 — Foto: Fred Gomes


A torcida do Flamengo ficará entre os túneis 14 e 20 (veja na imagem acima). De acordo com informações apuradas pela Fifa em Rabat, 10 mil tíquetes com passagens de torcedores saindo do Brasil já foram emitidas. Além disso, muitos torcedores que moram na Europa estão em deslocamento para o Marrocos. Ou seja, a presença de rubro-negros promete ser marcante.

Obras em fase final, e gramado em ótimas condições

Obras para deixar o Prince Moulay Abdellah em perfeitas condições foram iniciadas em 9 de janeiro. De acordo os responsáveis pela organização do estádio durante o Mundial de Clubes, faltam poucos ajustes.

Durante a visita do ge ao estádio, funcionários testavam de tudo um pouco, desde energia ao som do Prince Moulay Abdellah. O campo recebia atenção especial, e máquinas para regularização do gramado eram passadas de um lado para o outro.

Se levarmos em conta que o Marrocos foi anunciado como sede do Mundial de Clubes em 16 de dezembro e que as obras não começaram nem há um mês, o trabalho feito pela organização é digno de aplausos. O gramado está um tapete, em ótimas condições (veja abaixo).

Quatro partidas estão previstas para o Estádio Prince Moulay Abdellah. No dia 4, pelas quartas de final, o marroquino Wydad Casablanca e o saudita Al Hilal se enfrentam pelas quartas de final - o vencedor pega o Flamengo na semifinal.

No dia 8, o Real Madrid disputa sua semifinal e enfrenta o vencedor de Ah Ahly x Seattle Sounders. No sábado seguinte, Rabat recebe dois jogos: a disputa do terceiro e quarto lugar e a esperada finalíssima.

Trégua em tradição respeitosa à bandeira

Para ter capacidade de 48 mil pessoas, a organização da Fifa teve de pedir autorização ao governo do Rei Maomé VI para que a parte central da arquibancada, onde está pintada uma bandeira do Marrocos, receba público.

País extremamente religioso, o Marrocos tem em sua bandeira um de seus principais símbolos. O vermelho faz referência ao solo desértico do país. O verde da Estrela de Salomão é alusivo à família real marroquina.

Em Rabat, bandeiras do Marrocos estão espalhadas pela cidade. É difícil você caminhar pelas ruas e não se deparar com uma rapidamente. Apesar de toda a tradição, a entidade máxima do futebol conseguiu viabilizar o aproveitamento integral do estádio.

Primeira ida ao estádio no sábado

Com a primeira partida do Flamengo no Mundial de Clubes marcada para Tanger, a delegação rubro-negra irá ao Prince Moulay Abdellah no próximo sábado. Não para jogar, mas sim a fim de observar. Um dia após o desembarque em Rabat, a comissão técnica assistirá ao jogo entre Wydad Casblanca e Al Hilal, que definirá o adversário rubro-negro na semifinal. Ficará posicionada perto do camarote do Rei Maomé VI dos Marrocos.



Campeão do mundo em 1981, o Flamengo inicia sua busca pelo bi no próximo dia 7, na semifinal do Mundial de Clubes. Em seu último jogo no Rio, o time teve fraca atuação na vitória magra por 1 a 0 sobre o Boavista e voltou a preocupar a torcida. Os jogadores rubro-negros chegam ao Marrocos na sexta-feira pela manhã e já treinam à tarde.

Espera-se que o Aerofla marcado para esta quinta, porém, seja capaz de desfazer o "mal-entendido" provocado por partidas decepcionantes e reaquecer o mantra de um povo que insistentemente pede o mundo de novo. Apoio, assim como aconteceu no Maracanã, não faltará.



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