As fortes chuvas que caem durante o verão carioca costumam a atrapalhar a manutenção de gramados e preocupar os administradores dos palcos alternativos do Estadual. O Raulino de Oliveira (Volta Redonda), o Moacyrzão (Macaé) e o Moça Bonita (Bangu) estão na lista de estádios secundários da competição. O último do trio de sedes que mais recebem jogos - com exceção do Engenhão -, porém, vai contra a maré e torce pela continuidade das nuvens carregadas, que afastam as pipas do céu e amenizam o historicamente temido calor do bairro da Zona Oeste.

“Rezava para chover aqui. Aí ficava mais tranquilo que diminuía o trabalho. Quando está sol não tem jeito”, disse Gilberto Pedro, administrador de Moça Bonita. “As pipas estão lá de domingo a domingo. Isso quando não tem festival. Acho que tinham que proibir de soltar, principalmente com cerol, que é algo muito perigoso. Mas, por incrível que pareça, desde novembro não temos visto nenhuma no céu”, relatou.

Moça Bonita será o terceiro estádio com mais jogos durante o Estadual, atrás apenas de Engenhão (28) e do Moacyrzão (15). Para suportar as 14 partidas que ocorrerão no local, o Bangu contou com o apoio do Audax para reformar seu gramado. O time da Baixada Fluminense, estreante na primeira divisão, mandará seus compromissos na casa do clube da Zona Oeste. Fora isso, o campo ainda terá de resistir aos sete confrontos com mando do Alvirrubro no Carioca de juniores, que será realizado simultaneamente ao profissional.

Se não consegue resolver o problema das pipas, o Bangu tentou, pelo menos, revitalizar seu tradicional estádio. Fora a pintura renovada e outras obras de manutenção, Moça Bonita - que já havia passado por reformas antes do último Estadual - terá um vestiário para visitantes com novo sistema de ar-condicionado nesta temporada.

Na Região dos Lagos, o principal estádio é o Moacyrzão, que receberá o próprio Macaé e o Quissamã. Com um número alto de partidas agendadas para o local, a prefeitura, administradora do campo, teve que pedir à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ) o deslocamento de jogos do Carioca sub-20 para outras sedes, com o intuito de evitar o desgaste excessivo do gramado.

Já o Raulino de Oliveira é o terceiro com mais confrontos confirmados, com 11, mas sediará basicamente os oito duelos do Volta Redonda, time da casa. O estádio é considerado um dos mais modernos do estado. Para o gramado encarar o grande número de jogos, a prefeitura da Cidade do Aço conta com o suporte da empresa Greenleaf, que cuida do campo do Engenhão.

Bangu alugará gerador para resolver problema de iluminação

Um dos estádios mais tradicionais do Rio de Janeiro, Moça Bonita conta com refletores, mas não tem utilizado por conta do alto custo para mantê-los acesos. A solução foi alugar um gerador, o que sairá mais em conta do que pagar a conta de luz. Com isso, o local poderá voltar a receber jogos à noite.

“Alugaremos um gerador para resolver o problema da iluminação. É mais barato usarmos um que a energia da Light. O custo é muito alto. No jogo entre Madureira e Democrata acendemos os refletores por 45 minutos e a conta veio três vezes mais alta. Por isso preferimos alugar o gerador”, explicou o administrador do estádio.

A impossibilidade de receber jogos à noite tem sido um problema para o estádio. O jogo entre Botafogo e Bangu, na quinta-feira, foi marcado para as 17h de uma quinta-feira, horário ruim para o público, exatamente pela falta de iluminação.