O MPF cobra do Flamengo informações sobre o paradeiro de uma placa em homenagem a Stuart Angel, ex-remador do clube que foi assassinado na Base Aérea do Galeão, durante a ditadura militar, em 1971. O objeto estava em um memorial na sede de Remo do Rubro-Negro, na Lagoa.
A placa havia sido instalada em 2010 e não foi mais vista depois dos Jogos Olímpicos de 2016.
De acordo com informe publicado no site oficial do MPF, o Fla tem o prazo de 10 dias para prestar esclarecimentos.
O Ministério dos Direitos Humanos tem um projeto para reinaugurar a placa e busca informações sobre o local onde ela está.
Para Jaime Mitropoulos, Julio José Araujo Junior e Aline Caixeta, procuradores regionais dos Direitos do Cidadão, o resgate e a preservação da história de mortos e desaparecidos durante a ditadura militar é uma obrigação do Estado.
"Trata-se de uma forma de garantir às gerações futuras o direito de conhecer as violações sistemáticas dos Direitos Humanos praticados pelo Estado, de modo a prevenir, inibir ou, pelo menos, mitigar as chances de que voltemos a repetir no futuro as violações já cometidas no passado", disse o MPF, em nota.
Stuart era filho da estilista Zuleika Angel Jones, conhecida como Zuzu Angel, e de Norman Angel Jones, de nacionalidade inglesa e norte-americana. Ele cresceu no Rio de Janeiro, onde cursava economia na UFRJ.
Sua militância política foi iniciada quando entrou na Dissidência Estudantil do PCB da Guanabara, que depois passou a se chamar MR-8.
Segundo informações do Memorial da Resistência de São Paulo, o desaparecimento de Stuart é um dos mais conhecidos da ditadura militar, tanto no Brasil quanto no exterior, em virtude das denúncias de sua mãe.
Em depoimentos prestados à Comissão Nacional da Verdade, em 2014, testemunhas afirmaram que Stuart foi barbaramente torturado até a morte para que revelasse o paradeiro de Carlos Lamarca, um dos líderes da luta armada contra a ditadura.
No dia 1 de abril de 2019, dia em que o golpe militar completou 55 anos, um grupo de torcedores do Flamengo fez um ato em memória de Stuart Angel, na sede de remo do Flamengo, na Lagoa.
Posteriormente, o clube publicou uma nota oficial em que disse não se posicionar "sobre assuntos políticos" e que a "homenagem citada na nota foi realizada diretamente por um grupo de sócios e torcedores do Clube, sem nenhuma participação da instituição - algo que, inclusive, é estatutariamente vedado".
À época, diversos torcedores reagiram negativamente ao posicionamento do clube.
203 visitas - Fonte: UOL
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Militante do MR-8 = Terrorista!
Chama apolicia