A delegação do Flamengo viveu uma situação para lá de atípica nesta quarta-feira, no empate por 1 a 1 com o Madureira, em Conselheiro Galvão, no subúrbio do Rio de Janeiro. Algo, aliás, que o clube não presenciava havia oito anos, desde que visitou o acanhado Estádio Aniceto Moscoso pela última vez, na vitória por 1 a 0 no Campeonato Carioca de 2005.

"Estou no futebol há 30 anos, isso não me incomoda", disse o técnico Dorival Júnior, na entrevista após o jogo que deixou a equipe rubro-negra com quatro pontos no Grupo B da Taça Guanabara. O treinador, aliás, ouviu bem de perto os gritos dos torcedores rubro-negros por mais empenho dos jogadores. "Calma, gente, calma", disse para um rubro-negro mais exaltado, que exigia raça e pedia a saída do meio-campista Ibson.

Inaugurado em junho de 1941, o Estádio Aniceto Moscoso proporciona uma partida de futebol à moda antiga. Com capacidade para 3.500 pessoas, possibilita aos torcedores a proximidade com os jogadores e, principalmente, com a comissão técnica.

A conversa com os jornalistas, para se ter uma ideia, podia ser acompanhada de perto por quem ficou fazendo hora extra na arquibancada – já que o vestiário local não tem condições de comportar todos os repórteres. "É natural, você ouve muita coisa. São coisas que fazem parte do futebol, não teve problema nenhum", reforçou o treinador, que a exemplo do que ocorreu antes do início da partida no subúrbio carioca, carregou a própria mala em direção ao portão de entrada.

Isso porque o ônibus da delegação do Flamengo não tem condições, pelo tamanho, de entrar no estádio, que fica na movimentada rua de Conselheiro Galvão, bem ao lado do Mercadão de Madureira, famoso na região. Na chegada, aliás, os jogadores e comissão técnica desembarcaram na rua, entre a escolta policial e a torcida.