Jonas, ex-Flamengo, deseja sorte a De la Cruz apesar do meme infame.

10/2/2024 08:27

Jonas, ex-Flamengo, deseja sorte a De la Cruz apesar do meme infame.

A lembrança do lance no jogo contra o River Plate e o desejo de sucesso para De la Cruz no Flamengo.

Jonas, ex-Flamengo, deseja sorte a De la Cruz apesar do meme infame.

A contratação de De la Cruz, principal reforço do Flamengo para 2024, fez muitos torcedores lembrarem de uma cena forte que aconteceu num jogo contra o River Plate na Libertadores de 2018. Numa dividida forte com Jonas, o uruguaio levou a pior e perdeu um dente no gramado do Nilton Santos. Seis anos depois, o volante diz que recebe meme até hoje por causa desse lance: - Pô, os caras estão sempre me marcando nesse lance. Me metiam uma roupa de dentista: "Esse tira dente sem anestesia". Aquela resenha toda (risos). Ali no lance eu parei para dominar a bola, ele veio em velocidade, e meu cotovelo bateu bem na boca dele. Tanto que não levei nem amarelo e o juiz nem deu falta, foi um lance normal de jogo. Não foi maldade minha - contou o volante, que desejou boa sorte ao uruguaio: - Hoje se eu o encontrasse nem sei se ele iria me conhecer. Mas falaria numa boa, desejaria boa sorte. Acho que desculpa não pediria porque foi lance natural de jogo. (...) Só desejar sucesso, que está numa grande equipe. Creio que ele vai ser feliz, conseguir muitos títulos e fazer a alegria da torcida, que aposta muito nele. Essa dupla ele e Arrascaeta tem tudo para se dar bem. Aos 32 anos, Jonas atualmente está no Retrô, onde disputa o Campeonato Pernambucano e a Série D do Brasileiro.

Jonas em ação pelo Retrô contra o Sport — Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press
Aldo Carneiro/Pernambuco Press

Em entrevista ao ge , o volante relembrou a passagem pelo Flamengo , seu time de coração e onde fez 62 partidas e um gol entre 2015 e 2018. Após participar do início da reconstrução do Rubro-Negro, ele agora busca ajudar na construção do clube pernambucano, fundado em 2016, ao lado de outras fuguras famosas como o volante Rômulo (ex-Vasco e Flamengo ); o meia Jean (ex-São Paulo, Palmeiras e Fluminense); e o atacante Fernandinho (ex-Grêmio, São Paulo, Atlético-MG e Flamengo ).

Veja a entrevista completa: Você ainda continua acompanhando o Flamengo , seu clube de coração? - Sempre acompanho, sim. É o time do coração, né? O qual eu fui privilegiado, Deus me abençoou. Além de ser torcedor desde pequeno, ainda tive oportunidade de jogar no meu time do coração. E sou torcedor, gosto muito. É como se eu ainda vivesse lá (risos). Eu falo que particularmente fiz um bom trabalho porque naquela época era um Flamengo de reconstrução.

- O Bandeira (de Mello, ex-presidente) foi bem claro e incisivo quando falou: "A gente vai estruturar o Flamengo . Daqui a dois, três anos vocês vão ver a grandeza que vai estar o Flamengo ". E realmente, cara, tudo que ele falou aconteceu. Flamengo de 2015 para cá cresceu muito. Hoje está num patamar que traz mais jogadores da Europa, jogadores de um nível muito acima do que naquela época de reconstrução.

Jonas na chegada ao Flamengo em 2015 — Foto: Divulgação / Flamengo
Divulgação / Flamengo

Joguei com essa rapaziada aí que fez história: Renê, Rodinei, Diego Ribas, Everton Ribeiro, Diego Alves, Juan, Leonardo Moura, Guerrero, até Julio Cesar voltou naquela época que estava para se aposentar. Foi uma realização de sonho e na vida profissional também. Torcida do Flamengo ainda te reconhece nas ruas? - Sim! Não tem como, você passou pelo Flamengo todo mundo te conhece. Às vezes a pessoa nem sabe por onde eu passei, mas me reconhece pelo Flamengo. Isso é bom, o carinho da torcida.

De la Cruz perdeu um dente no Flamengo x River Plate em 2018 — Foto: Reprodução / Sportv
Reprodução / Sportv

Eu atendo super bem, comigo não tem marra. Um dia eu estava no lugar deles, sei como é prazeroso ver um cara do seu time e poder tirar foto. Então trato todo mundo com maior carinho, antes de ser jogador também era torcedor. - Jogar no Flamengo é diferente, não tem explicação. Acho que todo jogador, por mais que não queira falar, tem vontade de jogar no Flamengo. Principalmente agora, pela grandeza, reestruturação, reformulação. Hoje Flamengo é uma potência no futebol brasileiro. Acha que alguma coisa te atrapalhou a ter sequência no Flamengo? - Eu saí devido não ter sido um ano muito bom (em 2015), foi mediano. O que é normal. Você sair do Sampaio Corrêa, com todo respeito, que é um time de Série B e ir para o Flamengo. Eu sempre joguei na raça, era dedicado, então às vezes por excesso de vontade, de força...

Imagina você no Maracanã, uma torcida daquela gritando, como você não vai correr, dar carrinho? É impossível. Isso tudo acho que me atrapalhou um pouco. Qual memória mais marcante ficou do clube? - A que ficou mais marcante foi num Fla-Flu. Eu estava machucado e recuperei dias antes. Pensei que nem ia ser titular porque estava voltando de lesão no tornozelo, fiz a bandagem lá tudo e o professor Luxa (Luxemburgo) me deu a oportunidade de jogar. E fui feliz naquele gol, né? - E também o jogo contra o River Plate, que a torcida até lembra por causa da resenha do De la Cruz. Foi minha estreia em Libertadores e minha volta ao Flamengo depois de ser emprestado. Saí para o Dínamo Zagreb, joguei Champions League e voltei mais maduro. Naquela época o Cuellar estava suspenso, e o Carpegiani me deu oportunidade.

- Ou ia bem e continuava ou ia ter que ser emprestado. Entrei super tranquilo, Carpegiani falou comigo: "Entra e faz o simples, não inventa. Volante não dribla, não faz aquilo que não sabe. Então roubou a bola, tocou, faz o simples". Depois ele me parabenizou pela partida. E foi esse jogo que me credenciou a ir para a Arábia Saudita. Como foi a decisão de sair do Flamengo? - O Flamengo era meu time do coração, mas a Arábia veio com três vezes mais. Não tem como recusar. Você se consolidar financeiramente é importante. Eu jogo futebol porque eu amo, mas às vezes tem oportunidade na vida que só vem uma vez. E foi uma experiência boa na Arábia Saudita, também era um time que estava em reformulação (Al-Ittihad) e hoje joga Benzema, Fabinho, Romarinho que ainda está lá e jogou comigo, Marcelo Grohe, Kanté...

Não tenho nada a reclamar do que aconteceu na minha vida, sou um cara realizado. Passa tudo rápido, é tão rápido que hoje estou com 32 anos, naquela época tinha 25. As coisas voam, se não aproveitar a oportunidade pode ficar para trás. Você citou o lance do De la Cruz, e a torcida lembrou agora que ele foi contratado pelo Flamengo... - Pô, os caras estão sempre me marcando nesse lance. Me metiam uma roupa de dentista: "Esse tira dente sem anestesia". Aquela resenha toda (risos). Mas é bacana o carinho do torcedor, e fico feliz porque os caras reconhecem. Não só por esse lance, mas pela vontade, me chamam sempre de pitbull.

Jonas e Schweinsteiger em 2015 — Foto: Editoria de Arte
Editoria de Arte

Assim que ele chegou eu recebi um bocado de mensagem, vídeo... Eu postava e dava risada. É uma brincadeira sadia, legal. Foi um lance acidental, mas chegou a falar com ele depois disso? - Não, cara. Ali no lance eu parei para dominar a bola, ele veio em velocidade, e meu cotovelo bateu bem na boa dele. Tanto que não levei nem amarelo e o juiz nem deu falta, foi um lance normal de jogo. Não foi maldade minha. O que você diria para ele se o reencontrasse hoje? - Hoje se eu o encontrasse nem sei se ele iria me conhecer. Mas falaria numa boa, desejaria boa sorte. Acho que desculpa não pediria porque foi lance natural de jogo. Se tivesse sido igual aquele lance do Gilberto, que o pessoal fala que foi maldade. Não foi, eu olhei a bola, ele também olhou, e sem querer minha trava pegou... Ainda bem que não chegou a pegar no olho. Depois eu liguei para ele, pedi desculpas. E no futebol as coisas passam muito rápido. Para você ver, passou um tempo, quem eu encontro no Bahia? O Gilberto.

- E ficou brincando: "Eu vou descontar, viu?" (Risos). - Para o De la Cruz só desejar sucesso, que está numa grande equipe. Ele vai se dar muito bem aí, Flamengo é um time muito bem qualificado, já está consolidado, tem um grande treinador que é o Tite, de seleção brasileira... Creio que ele vai ser feliz, conseguir muitos títulos e fazer a alegria da torcida, que aposta muito nele. Essa dupla ele e Arrascaeta, e outros mais, tem tudo para se dar bem. Que traga títulos para o nosso Flamengo.

E como está a vida agora no Retrô? - Aqui é muito legal. Um time que tem um projeto muito grande, uma estrutura de Série A. Senão for a melhor, é uma das melhores aqui do Nordeste. Clube novo, que está em crescimento. O que a gente precisa é tirar o Retrô da Série D para poder ser conhecido mais nacionalmente. A galera já conhece, mas quando você está numa série de expressão, mais notória é a visibilidade do clube. Tem vários jogadores aqui de nome também, que foram campeões brasileiros, de Libertadores, seleção brasileira...

Eu já joguei todas as séries, e uma das mais difíceis é a Série D. Porque são 64 times. A gente joga na Arena (Pernambuco), mas daqui a pouco você pega um campo cheio de buraco... Então nem sempre a qualidade vai sobressair. E os caras já estão adaptados, fazem um gol e se fecham... É mais força, correria, pega times que jogam por uma bola, ficam os 10 lá atrás... A gente jogou ano passado, por pouco não passou. Mas creio que esse ano vamos subir.

Eu fiz um procedimentozinho no colateral medial e sutura do menisco. Três meses de recuperação e para jogar com quatro meses. Já estou com dois, vou fazer três agora e mês que vem, em março, já começo a transição com bola. Nunca tinha feito cirurgia na vida, quando fiz nem andar de muleta eu sabia. Tentei tratar no conservador, tentei todas as formas para não fazer cirurgia. Mas graças a Deus já superamos o início. Um mês sem pisar no chão é dolorido. - Agora estou correndo, fortalecendo, é questão de tempo para estar apto. Não vejo a hora. Eu jogo futebol porque eu gosto, me dedico. Chego no clube de manhã e às vezes só saio à noite. Não por obrigação, gosto de trabalhar. Eu vivo para jogar futebol, e Deus me deu esse dom. Então pretendo jogar até o corpo dizer que não aguenta mais. Aí a gente para. Mas enquanto tiver força e vigor...

Tenho. O Flamengo foi campeão com atletas de 33, 34 anos jogando em alto nível. Diego, Everton Ribeiro, David Luiz... Hoje idade não importa mais. O que importa é você se cuidar e estar sempre preparado para os novos desafios. Naquela época não, os caras bebiam e conseguiam jogar. Hoje se não se cuidar fica para trás. Posso estar errado, mas o futebol hoje 70% é força e 30% é qualidade. Se tiver força consegue desenvolver um bom trabalho. Uma coisa leva a outra. Antes de ir para o Retrô você passou um ano inteiro parado. Chegou a pensar em se aposentar? - Foi escolha minha mesmo. Porque quando cheguei da Arábia e fui para o Bahia, comecei um processinho de lesões. Lá a gente só joga uma vez na semana e treina à noite.

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