A luta contra as torcidas uniformizadas é uma constante na vida de Gilvan de Pinho Tavares, presidente do Cruzeiro. Após proibir o uso de símbolos da Raposa nas camisas e bandeiras das organizadas, o comandante quer que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) intervenha no assunto e o apoie em suas decisões, assim como os dirigentes de outros clubes brasileiros. Gilvan teme que os torcedores se juntem e cometam violência na Copa do Mundo, já que o evento será realizado no Brasil.

– Ninguém me procurou para dar apoio. Eu tenho recebido manifestações até de torcedores de outros clubes apoiando a minha atitude, dizendo que outros presidentes deveriam tomar a mesma atitude. Acho que até a CBF deveria entrar nisso e procurar os clubes, porque está ficando difícil de conviver com esse tipo de pessoa (torcedores uniformizados). Tenho receio que vão fazer bagunça na Copa do Mundo também. Eles adoram se encontrar em locais com movimento para extravasar essa ignorância e selvageria deles. Queria ver se algum outro presidente compra essa ideia e se a CBF marca uma reunião para a gente discutir – sugeriu.

Em 19 de dezembro, o Conselho Deliberativo do clube Celeste aprovou a proibição do uso do emblema do Cruzeiro pelas torcidas organizadas. Além disso, a diretoria também estuda censurar o uso de roupas das uniformizadas dentro do Mineirão, em Belo Horizonte.

Para o comentarista Alberto Helena Jr., outros dirigentes não manifestam seu apoio a Gilvan porque têm acordos com as organizadas e temem se envolver no assunto.

– O pessoal está com o "rabo preso" com essas torcidas. Os dirigentes e os políticos não querem mexer nisso. Aí ficam o presidente do Palmeiras e o presidente do Cruzeiro sozinhos, servindo como exemplo – afirmou.

Em março deste ano, Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, também cortou relação com as principais organizadas do Alviverde, após um grupo de torcedores da Mancha Alviverde agredirem a jogadores do Verdão no aeroporto de Buenos Aires, na Argentina, no embarque da equipe para o Brasil, depois da derrota para o Tigre pela terceira rodada do Grupo 2 da Taça Libertadores da América.