A segunda rodada do Campeonato Carioca reserva duelo especial para Evaristo de Macedo. Madureira e Flamengo se enfrentam, mas o jogo - com mando do Tricolor Suburbano - passa longe da rua Conselheiro Galvão ou do Maracanã, duas casas de Evaristo. É no Estádio Amigão, em Campina Grande, na Paraíba. - A vida mudou muito. O futebol de antigamente era diferente - diz Evaristo, que logo completa. - Não sou saudosista. Se você souber aproveitar, tudo bem. Se não souber, azar o seu, pô. "Ah, você não acha"... Não acho nada, porra nenhuma. O que passou passou.
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Veja o vídeo acima. - É, estão se aproveitando. Estão se aproveitando de mim - diz, aos risos. Aos 91 anos, Evaristo viveu tudo o que podia. Foi jogador brilhante, dono de idolatria que rende convites do seu Flamengo, do Barcelona e do Real Madrid até hoje. Como treinador, foi campeão brasileiro pelo Bahia - é dele o nome do centro de treinamento do clube baiano -, da Copa do Brasil com o Grêmio e outras boas campanhas dentro e fora do país.
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Aproximadamente 10 quilos mais magro desde que fraturou o fêmur numa queda em casa, Evaristo tem saído bem menos de casa - vez ou outra encontra seu vizinho Antônio Lopes, em Ipanema, mas ficam ali na portaria mesmo. Ao lado da mulher, curte a visita dos filhos, netos e bisnetos. Passa os dias devagar, com cuidados de saúde - embora esteja cansado de fisioterapia (lembra que fez muito nos tempos de jogador) - e abre as portas de casa quando pode para incansáveis homenagens e entrevistas.
Irreverente como sempre, parou a entrevista algumas vezes para brincar com o assistente da gravação Jefferson Soares, o cinegrafista Beto Kaulino e também endereçada a este repórter que escreve. " Mas, vem cá, você joga bola?" "Deixa eu adivinhar a posição em que você joga: de pé". Ao ouvir lembranças das histórias contadas por Vampeta, seu ex-jogador no Corinthians, sorri e diz: - Eu era danado, chefe!
Evaristo chegou a ser técnico da Seleção em 1985 e saiu para a volta de Telê Santana, que treinou o time na Copa do Mundo de 1986. Na ocasião da demissão, irritado no aeroporto, foi perguntado se temia a saída. Respondeu: "Estou preocupado com os US$ 5 milhões que tenho no banco". Lembrado do caso, responde: - Era brincadeira. Era uma brincadeira... - conta, antes de completar aos risos e emendando outra piada. - Mas eu tinha... Olha, se eu não fosse bom (jogador), eu não morava num apartamento desse tamanho!
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