Enquanto o Botafogo pretende consolidar a segunda companhia bancada por meio de capital de cotistas ainda em 2013, o Flamengo viabiliza um projeto semelhante ao do rival. A criação de uma empresa independente bancada por investidores e, posteriormente, um fundo para compra de jogadores é o plano ousada da diretoria rubro-negra ainda para este ano, segundo informações do jornal “O Globo”.

O clube, por sua vez, adota um procedimento de cautela, blinda a ideia e diz apenas que trata-se de um projeto embrionário, quem tem à frente o alto escalão do futebol. Situação distinta do Botafogo, que já definiu o valor da pedida aos novos cotistas: R$ 10 milhões para contemplar a nova empreitada.

A bolada faz com que o número de cotas disponibilizadas no início de 2009 – dez no total – seja ampliado significativamente. Na época, elas foram adquiridas, em maioria, por sócios do próprio clube. Essa espécie de fundo coletivo de menor proporção financiou a compra de Maicosuel, que estava no Hoffenheim (ALE), apesar de o clube dizer que a contratação do jogador não esteve relacionada com a companhia.

Proposta pioneira no futebol carioca e nacional, a empresa independente do Botafogo provocou dúvidas no início, principalmente em relação ao retorno por parte dos sócios. Por outro lado, a pressão pela venda do jogador comprado para recebimento dos lucros fomentava a corrente que era contra a companhia.

A prática é comum e utilizada por empresas que investem no futebol brasileiro. O exemplo mais atual e emblemático desse tipo de iniciativa é Banco BMG. Cotista único do fundo cujo nome é Soccer BR, o banco já abriu duas cotas de R$ 50 milhões e a terceira etapa do projeto começou a ser implementada recentemente. A estimativa por parte dos sócios é de que o retorno seja superior a 60%.

Diretor viaja aos Estados Unidos

O diretor executivo do Botafogo, Sérgio Landau, viaja neste fim da semana para os Estados Unidos. Ele ficará cinco dias para fazer um intercâmbio de informações com gestores de grandes clubes do futebol americano. Um dos objetivos é consolidar as bases do novo projeto que está por trás da segunda companhia de investimento prevista para este ano.

O dirigente tratará como um dos principais temas a questão dos naming rights e a aplicabilidade dos negócios envolvendo essa propriedade no Engenhão, como abertura de restaurantes no interior e venda do nome do estádio.

Investimentos futuros

A promessa de uma equipe configurada por medalhões poderá ser viabilizada a partir da criação do fundo. Por ora, as contratações do Flamengo foram concretizadas em duas modalidades: empréstimo gratuito (Carlos Eduardo, Elias e João Paulo) ou por meio de investidores donos dos direitos econômicos que apostam no clube como vitrine (casos de Gabriel e Wallace).

Essa foi a política inicial adotada pela nova diretoria com o intuito de quitar parte das pendências de 2012 com o grupo e honrar os futuros compromissos com os jogadores para não haver mais atrasos.

Em função disso, o discurso comum adotado pelos dirigentes é de que o clube terá uma equipe competitiva no Campeonato Estadual e outros reforços poderão chegar ao longo do Brasileirão.
Perguntas sem resposta

A equipe do LANCE!Net entrou em contato com a assessoria do Flamengo ontem para saber sobre algumas questão do fundo. Como o projeto ainda é embrionário, o clube preferiu não responder.

1- Espelho - O Fla se inspira na Cia. Botafogo para montar o fundo?

2- Cronograma - Quando o clube pretende lançá-lo?

3- A curto prazo - É possível que o Flamengo já se reforce com essa ajuda no Campeonato Brasileiro?

4- Diretriz - Qual seria o perfil de investimento deste fundo? Jovens com potencial de revenda, como Gabriel e Carlos Eduardo, por exemplo?

5- União - O conselho gestor do futebol entraria como sócio da empresa?