A Supercopa do Brasil teve tratamento e efeito diferentes entre Flamengo e Botafogo. No lado vencedor, a atuação no Mangueirão trouxe otimismo. Já John Textor, o boss alvinegro, prefere dizer que não ligava tanto para o troféu. A visão rubro-negra sobre o desempenho do time e a conquista, em si, traz um ar satisfatório.
A equipe começou bem a temporada, já assegurando um troféu, algo escasso nos dois anos anteriores — apesar do estadual e da Copa do Brasil em 2024. Tudo por causa do confronto expectativa x realidade. É com expectativa que esse time de Filipe Luís é construído, tijolo a tijolo, desde o ano passado.

Por implantar um estilo de jogo tão autoral, claramente inspirado em Jorge Jesus, a memória afetiva do torcedor do Flamengo se mistura ao desempenho atual.

Os jogadores e o próprio Filipe têm dito que o apetite por ganhar tudo possível é grande — ele viveu em 2023, como jogador, o peso de ver sete taças possíveis serem perdidas. Inclusive, em contraste, a conta de momento tem retoques surrealistas: o técnico tem mais títulos (dois) do que derrotas (uma).
Individualmente, o Flamengo começou 2025 com muita gente jogando bem. Bruno Henrique, Gerson, Wesley, Plata, Luiz Araújo... e por aí vai. Olhando o resultado do seu trabalho contra o Botafogo, Filipe classificou o jogo como "irretocável" — embora reconheça que oscilação pode vir no futuro.
"É muito bom ganhar, mas a gente está no início do trabalho. Que seja só o início. Mas tem muito trabalho. Vai ser um ano difícil. Mas vamos para tudo neste ano", disse Bap no gramado do Mangueirão.
Se o Flamengo apostou na continuidade de uma tacada inesperada no ano passado — a ascensão de Filipe Luís —, o Botafogo ainda não tem seu comandante definitivo para a temporada. E ter chegado ao clássico valendo taça dessa forma é um elemento que reforça o discurso de desdém da parte de John Textor em relação ao que está em jogo neste momento do ano.
O Botafogo só voltou ao trabalho há duas semanas. O Flamengo teve uma semana a mais. Para além do trabalho do interino Carlos Leiria, o alvinegro se ressentiu de ausências ainda não repostas devidamente. Luiz Henrique e Almada são as perdas mais gritantes.
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