A Justiça do Distrito Federal negou, nesta quarta-feira, pedido de parentes do atacante Bruno Henrique para decretar sigilo na investigação que apura se o atacante do Flamengo beneficiou apostadores ao tomar um cartão amarelo em jogo contra o Santos, no Campeonato Brasileiro de 2023. Além disso, o juiz Fernando Brandini Barbagalo também autorizou a Polícia Federal a compartilhar as provas colhidas até agora com o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). O órgão desportivo pode instaurar um novo inquérito contra o atleta. A Justiça do DF ainda rejeitou um pedido do atacante Bruno Henrique para que reconsiderasse uma decisão anterior, em que havia autorizado o compartilhamento das mesmas provas com a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, instalada no Senado.
Por fim, Barbagalo determinou à Blaze, uma das operadoras que teria recebido apostas no cartão de Bruno Henrique, que forneça dados relacionados a quatro dos indiciados pelas Polícia Federal – a casa é citada em conversas extraídas dos celulares dos investigados, mas não tinha compartilhado as informações pedidas pelos investigadores.
A Blaze informa que, no âmbito das investigações conduzidas pelas autoridades competentes, prestou integral colaboração e forneceu prontamente todas as informações que foram formalmente solicitadas na ocasião, sempre em conformidade com os limites estabelecidos pela legislação brasileira vigente. De acordo com o Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/14) e com a Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei nº 9.613/98), apenas dados cadastrais básicos podem ser compartilhados diretamente com autoridades policiais, quando não há ordem judicial, o que foi prontamente atendido. Diante da existência de determinação judicial, a Blaze estará sempre à disposição para apresentar dados adicionais, como informações financeiras e de apostas, respeitando integralmente os preceitos legais.
Apesar do indiciamento, o Flamengo decidiu não afastar Bruno Henrique do elenco . Ele deve ser titular nesta quinta-feira, quando a equipe enfrenta o Botafogo-PB, pela Copa do Brasil. O atacante nega que tenha beneficiado apostadores, com conhecimento, ao ser advertido contra o Santos. Entenda o caso Bruno Henrique e mais nove pessoas foram indiciadas no mês passado por supostamente apostarem num cartão amarelo que o atacante do Flamengo receberia contra o Santos com o conhecimento de que ele forçaria a advertência durante a partida. Além do atleta, foram indiciados Wander Nunes Pinto Júnior, irmão do jogador, Ludymilla Araújo Lima, esposa de Wander, e Poliana Ester Nunes Cardoso, prima do atacante. Os três fizeram apostas.
Os investigados foram alvo de uma operação de busca e apreensão realizada em novembro do ano passado. Policiais federais estiveram em endereços ligados a Bruno Henrique, inclusive no CT do Flamengo. O atleta estava em casa e teve o telefone celular apreendido.
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