A noite irreconhecível do Flamengo no Mineirão custou caro, e sofrer um gol de um ídolo foi só a cereja do bolo. O 2 a 1 para o Cruzeiro no último domingo fez o Rubro-Negro perder a invencibilidade no Campeonato Brasileiro, a liderança para o Palmeiras e ainda o rótulo de "mais títulos do que derrotas" que Filipe Luís ostentava desde fevereiro (e que só Jorge Jesus ainda tem entre os técnicos do clube).
O "placar" agora está empatado: três títulos (Copa do Brasil, Carioca e Supercopa do Brasil) e três derrotas (Fluminense, Central Córdoba-ARG e Cruzeiro). A história desse jogo passa por dois tempos distintos. O primeiro equilibrado e truncado, com apenas três finalizações para cada lado, mas com o Flamengo ligeiramente superior, mesmo saindo atrás do marcador. O Rubro-Negro tinha o seu já característico domínio territorial, com 60% da posse de bola e 308 passes (quase o dobro dos 176 do Cruzeiro).
E teve três chances de gol contra duas da Raposa, mas só aproveitou uma: o chutaço de Arrascaeta no ângulo aos 43 minutos. As outras duas foram: A cabeçada de Léo Ortiz num escanteio aos 17 minutos, quando Cássio defendeu no reflexo em cima da linha. E a jogada de Gerson com Arrascaeta, que cruzou para Pedro livre na área aos 23 minutos. Cássio saiu rápido nos pés do atacante e bloqueou o chute. O camisa 9 tentou tocar por cima do goleiro, mas era impossível.
O problema foi o segundo tempo. Aos poucos, o Cruzeiro começou a engolir o Flamengo tanto na parte física quanto na tática. O Rubro-Negro perdeu totalmente o controle territorial que tinha, nem parecia que tinha poupado o time todo do jogo do meio de semana pela Copa do Brasil. Os jogadores passaram a correr mais atrás da bola e cansaram rápido, principalmente o meio de campo. E Filipe Luís demorou a perceber isso.
Scout - Cruzeiro x Flamengo Quesito Cruzeiro Flamengo Posse de bola 44% 56% Finalizações (no alvo) 15 (11) 5 (4) Chances de gol* 8 5 Passes (precisão) 389 (79%) 541 (87%) Desarmes 22 16 Escanteios 6 5 Faltas 18 9 Impedimentos 2 1 Fonte: ge (*leitura do autor) deslize para ver o conteúdo
Sem contar a saída de Cebolinha porque se machucou aos nove minutos, o técnico só foi mexer aos 21. Mas mexeu muito mal. Tirou Pedro e apostou na velocidade com Michael, mas era um jogo muito mais de força física, e o Robozinho não conseguiu produzir nada. Filipe Luís só entendeu que Gerson e Arrascaeta naquela altura eram dois a menos em campo quando os tirou aos 37 minutos. As apostas em Luiz Araújo e Juninho faziam sentido, mas eles tiveram pouco tempo para jogar.
O Cruzeiro amassou o Flamengo na etapa final, quando teve 12 finalizações contra duas dos cariocas. Se no primeiro tempo a Raposa teve só duas oportunidades de gol, ambas com Kaio Jorge, no segundo foram seis: o chute de Matheus Pereira bloqueado por Léo Pereira aos 13 (se ele bate no outro canto o zagueiro não chegaria); a batida do próprio Matheus que Rossi defendeu aos 23; o rebote à queima-roupa de Kaio Jorge aos 30; o toque de peito de Wanderson que o goleiro salvou no cantinho aos 34; e o pênalti/rebote de Gabigol, na chance dupla aos 51.
O Flamengo só teve mais duas chances: Uma com Pedro após Gerson brigar pela bola com o zagueiro na área, e ela sobrar limpa para o camisa 9 chegar de trás batendo de primeira. Mas chutou no meio do gol e facilitou a vida de Cássio aos 13. E a cabeçada de Bruno Henrique após cobrança de falta de De la Cruz, em que Cássio fez mais uma grande defesa aos 40.
O Rubro-Negro, agora vice-líder do Brasileirão com 14 pontos (dois atrás do Palmeiras), terminou a partida com apenas cinco finalizações, igualando o menor número da "Era Filipe Luís", desde outubro do ano passado. Só uma vez o time do treinador tinha finalizado tão pouco: no segundo jogo da semifinal da Copa do Brasil, quando enfrentou o Corinthians na Neo Química Arena e jogou com um homem a menos desde os 27 minutos do primeiro tempo, após a expulsão de Bruno Henrique.
Com todo mundo à disposição, exceto Plata e Viña, Filipe Luís escalou o que tem de melhor e repetiu a escalação da goleada por 4 a 0 sobre o Corinthians, dando a entender que considera este o time titular atualmente. Mas Danilo é uma sombra grande, ainda mais depois da atuação muito ruim de Léo Pereira. E Cebolinha pode ser uma preocupação após sair reclamando de dor na panturrilha (apesar de apresentar melhora, ele ainda será reavaliado pelo departamento médico).
Além de tudo citado no primeiro parágrafo desse texto, a derrota ainda freou o embalo que o Flamengo estava pegando para o "jogo-chave" que terá nesta semana pela Libertadores. O Rubro-Negro visita o líder Central Córdoba na Argentina nesta quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), com obrigação de pontuar para não se complicar no grupo. Filipe Luís sabe disso e mirou esta partida para "virar a página". O elenco rubro-negro se reapresenta na manhã desta segunda no Ninho do Urubu. Mais Escalados 1 ª rodada Carregando Dados... ...... SIGLA SIGLA 0000000000.
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