No time que mais faz gols e menos sofre entre as equipes da Série A em 2025, um jogador tem sido importante para os números. Discreto e muitas vezes solitário no campo, Agustín Rossi se define um goleiro que gosta de fazer o simples. O tal simples tem feito a diferença para o Flamengo. Com defesas difíceis e passes que iniciam ataques, o argentino é referência para os colegas.
"Eu sinto que esta é minha melhor fase no Flamengo, estou tendo meu melhor ritmo de jogo. Sinto que estou na mesma fase de quando o Flamengo me procurou pela primeira vez, em 2022, quando estava no Boca Juniors", afirmou Rossi em entrevista exclusiva à Globo nesta semana.
Naquele ano, Rossi foi eleito o melhor jogador do futebol argentino. Em 2025, no Flamengo, o goleiro frequentemente é escolhido o melhor em campo. Foi assim no seu último jogo, o clássico contra o Botafogo, em que fez grande defesa em chute de Marlon Freitas, impediu derrota rubro-negra e recebeu a melhor nota nas atuações do ge.
"É uma bola que não vi sair, fui na minha intuição e, quando vi, já estava perto de mim. Tenho algumas boas defesas, mas eu também sou muito de fazer o simples. Não aparento fazer muitas defesas difíceis, porque faço o simples, não gosto de aparecer muito. É meu estilo, sou tranquilo."
A tranquilidade é uma forte característica de Rossi. De fala calma e com um sorriso tímido que surge no canto do rosto, o goleiro, de mansinho, tem marcado seu nome no clube e conquistado o carinho da torcida, que passou a reconhecê-lo mais nas ruas.
Contra o Botafogo, no domingo, Rossi completou 100 jogos oficiais pelo Flamengo. Foi o centésimo capítulo de uma história que ainda promete momentos marcantes e que não foi abalada pelo trauma recente sofrido pelo goleiro.
"Coisas assim podem acontecer no mundo inteiro. Na Argentina acontece muito. Quando você vê é uma coisa, mas viver um momento assim, tão de perto, para mim e minha família foi difícil assimilar o que foi e o que poderia ter acontecido. Estou aqui, estou bem, mas mudei nessa questão de segurança."
"Estou muito feliz e eu sei que, se eu faço bem as coisas, vou ficar aqui por muito tempo. Isso que vai trazer títulos, vivência, idolatria. Só se eu cuidar bem do meu trabalho aqui no dia a dia e tentar ficar muito tempo aqui."
Neste domingo, contra o Palmeiras, e na quarta-feira, diante do Deportivo Táchira, o Flamengo contará com a boa fase de Rossi para não deixar o time paulista se afastar na liderança do Brasileirão e vencer a equipe venezuelana no jogo que decidirá vaga nas oitavas de final da Libertadores.
"É uma das semanas mais decisivas, mas ainda vão faltar 28 jogos depois (no Brasileiro). Você ganha esse campeonato vencendo ou não perdendo para um time que está acima, mas aqui no Brasil tem muito time grande que sempre temos que tentar vencer. Eles são muito fortes na casa deles, mas no ano passado levamos a melhor no saldo contra eles. Temos que tentar vencer lá e, depois, na quarta tem mais uma final para a gente, pela Libertadores. Leia a entrevista completa com Rossi: ge: a que você atribui o que você definiu como melhor momento no Flamengo?
"Em um clube da magnitude do Flamengo tem muita gente aplaudindo e muita gente xingando também, mas o mais importante na minha posição é a regularidade, é tentar não errar. Isso dá confiança não só para mim, mas também para o time. Os jogadores têm que sentir essa confiança em mim. É não perder a cabeça depois de um erro ou outro, ficar com a cabeça no lugar, isso faz diferença no fim. Ter jogado nos dois maiores clubes da América, Boca Juniors e Flamengo, faz diferença para suportar a pressão."
"Acho que essa confiança entre treinador e jogador é importante. Mesmo quando o Filipe jogava ainda, a gente conversava muito nos jogos sobre como deveria defender ou aproveitar os espaços que o outro time dava. Nos falamos muito, não só durante a semana, mas também nos jogos eu me aproximo dele. Porque quem está de fora tem uma visão e eu, lá atrás, tenho outra, sobre os espaços, como atacar, bola parada, algum detalhe para corrigir. Essa relação é muito importante, e todos os jogadores aqui confiam nele, e ele confia na gente."
"A defesa começa no ataque, na pressão e, se a gente recupera a bola e consegue jogar do nosso jeito, como o Filipe quer, é mais difícil de a gente sofrer. Obviamente, vão ter jogos em que a gente vai competir menos ou o outro time ter um bom dia, como aconteceu nos últimos jogos, mas estou aqui para quando a bola chegar no gol. Sou o último a entrar no momento defensivo."
"Acho que posso ajudar o time nesse sentido. Tenho sentido mais (o reconhecimento). Outro dia, os torcedores no Maracanã gritando meu nome foi muito gratificante. Eles estão confiando em mim, fico feliz."
"A vitória na Venezuela, no primeiro jogo, foi muito importante. A Libertadores é especial, qualquer time pode brigar. A gente está acostumado a jogar contra times brasileiros, mas tem outros times que a gente não conhece bem, viagens longas. Não vou falar que Flamengo acordou, sempre estivemos aí, e quarta-feira temos a classificação na nossa mão."
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