Neste domingo, às 17h, o Bayern de Munique entra em campo contra o Flamengo pelas oitavas de final do Mundial de Clubes. Se dentro de campo o time alemão é um dos mais poderosos do mundo, fora dele chama a atenção por um modelo de gestão diferente — e pouco conhecido do público brasileiro. Na Alemanha, vigora uma regra chamada “50+1” , que impede que empresas ou bilionários assumam o controle total de clubes. Isso significa que 51% (ou mais) do poder de voto deve permanecer nas mãos da associação original dos clubes, chamada “e.V.” (eingetragener Verein) — ou seja, uma entidade sem fins lucrativos composta por sócios-torcedores . No caso do Bayern, essa associação se chama FC Bayern München e.V. . Atualmente, o clube tem mais de 300 mil membros registrados. São eles que elegem o presidente, os conselheiros e participam das principais decisões estratégicas do clube, garantindo um modelo democrático e participativo. Isso não significa, no entanto, ausência de dinheiro ou profissionalismo. Em 2001, o Bayern criou a empresa FC Bayern München AG para gerir seu departamento de futebol profissional. No início, o clube detinha 100% da AG. Em seguida, vendeu 24,9% divididos entre Adidas, Audi e Allianz (8,3% cada) . O clube manteve 75,1% e, portanto, continuou no controle total da operação . A estrutura da AG é composta por nove conselheiros: três indicados por cada uma das empresas acionistas e seis nomeados pelo Bayern. Ou seja, o clube tem maioria absoluta nas decisões. É ele quem escolhe o diretor executivo e todos os C-Level (como CEO, CFO, etc.), mantendo o comando estratégico e operacional. Diferente do modelo alemão, os clubes brasileiros operam como associações civis ou, mais recentemente, como SAFs , como é o caso do Botafogo ou Cruzeiro. Nesses casos, investidores podem adquirir até 90% das ações e passam a ter controle direto da gestão, algo que seria impossível na Alemanha sob a regra do 50+1. O Bayern mostra que é possível manter a essência do clube, dar voz ao torcedor e, ao mesmo tempo, atrair grandes marcas e gerar lucro . Com uma das gestões mais bem-sucedidas da Europa, o clube alemão segue sendo exemplo de equilíbrio entre paixão, profissionalismo e poder financeiro. Acompanhe o Lance! Biz para ficar por dentro das principais notícias sobre Negócios do Esporte . Bayern de Munique encara o Flamengo nas oitavas do Mundial (Foto: Patricia de Melo Moreira/AFP)

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