Temendo pela própria integridade física e também de sua família, o auxiliar Rodrigo Saraiva Castanheira - que participou de um lance polêmico no clássico entre Vasco e Flamengo, no último domingo, quando não validou um gol de Douglas após a cobrança de falta ter batido no travessão e passado 33 centímetros da linha que delimita o gol - esteve na tarde desta terça-feira na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio de Janeiro, ocasião em que fez queixa contra torcedores vascaínos que o ameaçaram na internet. Três suspeitos já foram identificados e a pena pode chegar, em um primeiro momento, a quatro anos, seis meses e 15 dias de reclusão.

- Três pessoas já foram identificadas, serão intimadas e vão responder por crimes de ameaça ou contra a honra. E tantas quantas pessoas cometerem qualquer tipo de crime contra o auxiliar Rodrigo também irão responder por esses crimes - afirmou Alessandro Thiers, delegado titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), em entrevista coletiva após o depoimento do auxiliar na tarde desta terça-feira.

De acordo com o delegado, Rodrigo Castanheira chegou a ser ameaçado de morte pelas redes sociais. O prazo de investigação e monitoração de outros possíveis envolvidos é de 30 dias. A DRCI optou por ainda não divulgar os nomes dos suspeitos já identificados por conta de um auxílio do Núcleo de Apoio de Grandes Eventos (Nage), que ajudará no cruzamento dos dados para a verificação se há ligação dos suspeitos com organizadas. Thiers ainda pediu para que compareça na delegacia prontamente quem participou do episódio de ameaça ao auxiliar.

- A investigação está apenas no início. Acredito que ela será tímida. Quem postou qualquer coisa em detrimento, solicito que compareça instantaneamente para prestar esclarecimentos e evitar que a polícia tenha que bater em suas portas - concluiu o delegado.

No início da tarde desta terça-feira, o presidente da Comissão de Arbitragem de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Coaf-RJ), Jorge Rabello, garantiu que Rodrigo Castanheira terá todo o suporte psicológico necessário dado pela Federação. Ainda de acordo com Rabello, o auxiliar não foi escalado para a nona rodada do Campeonato Carioca apenas para que tenha tempo de resolver toda a burocracia existente. Vale destacar que, em nota, a torcida Força Jovem do Vasco negou que tenha ameaçado o auxiliar.