Gestão esportiva no futebol: Coragem custa; valor, não

16/7/2025 08:08

Gestão esportiva no futebol: Coragem custa; valor, não

Gestão esportiva no futebol: Coragem custa; valor, não

“Escolha seus valores, e a partir daí, pague o preço.” O domingo passado do clube de maior torcida do país foi marcado por isso. Filipe Luís expôs Pedro em coletiva — uma atitude que dividiu opiniões, mas que carregava um valor inegociável por trás. Em seguida, Pedro respondeu com uma nota oficial, deixando claro o impacto emocional e profissional do episódio. Estamos diante de uma crise real, não de vaidades, mas de princípios. Em sua nota, o atacante reconheceu ter baixado o rendimento nos treinos, mas explicou o porquê: sentiu-se desvalorizado, exposto, e disse que teve sua dignidade leiloada por um integrante do departamento de futebol. Um relato forte, que revela o quanto essa ruptura ultrapassou os limites do campo. Talvez, justamente por isso que o episódio ganhou os holofotes. Em um ambiente ideal, esse tipo de conflito se resolveria dentro do vestiário — como deve ser. Eu acredito nisso. E acredito que Filipe Luís também. Para essa conversa ter sido exposta publicamente, é sinal de que algo importante foi quebrado. E consertar isso agora não será tarefa simples. O que vimos foi o confronto direto entre dois valores: o do treinador, que defende a meritocracia, a entrega nos treinos e o coletivo acima de tudo; e o do jogador, que cobra respeito, dignidade e clareza nas decisões. E, nesse embate, ambos tiveram coragem: Filipe, ao sustentar sua visão diante das câmeras; Pedro, ao abrir o coração com dignidade e pedir desculpas ao grupo. O significado original da palavra coragem era: contar a história de quem você é com todo o seu coração. Ou seja, agir com o coração. Ambos agiram dessa forma. Não com a emoção descontrolada, mas com a convicção de quem acredita naquilo que defende, ainda que o preço cobrado seja alto. E que ninguém se engane: coragem não é ausência de medo, é a escolha de seguir mesmo com ele presente.

Filipe Luís Pedro Flamengo
Filipe Luís abraça Pedro após gol do atacante contra o Juventude (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Mas e agora? Quem dará o primeiro passo para colocar uma pedra nesse episódio? Como blindar o grupo e minimizar os efeitos dessa tensão com o campeonato em andamento? Talvez seja a hora de uma liderança externa ao conflito intervir. Alguém da diretoria, com legitimidade e equilíbrio, pode liderar esse processo. Quando um treinador se desgasta com um ídolo e o grupo observa em silêncio, o risco não é apenas técnico — é cultural. E a você, Pedro, cabe agora assimilar essa mensagem com o coração — não com o fígado. Pode ser uma oportunidade única de redirecionar caminhos, fortalecer convicções ou exercitar a humildade. Filipe te passou a bola. Quadrada, é verdade. Mas ela está contigo. Domina com a elegância que só você tem. E faz mais um gol. É o seu ofício. Felipe Ximenes escreve sua coluna no Lance! todas as quartas-feiras. Confira outras postagens do colunista:

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