O Flamengo volta suas atenções para a
Série A após uma semana de sentimentos mistos. Apesar de manter uma grande campanha, o Mengão viu o Cruzeiro assumir a liderança com 34 pontos, enquanto o Rubro-Negro aparece em segundo com 33, seguido por Palmeiras (29) e Bragantino (27) na 16ª rodada. O tropeço inesperado na última rodada, derrota por 1 a 0 para o Santos, fora de casa, na Vila Belmiro, interrompeu a confiança, mas não abala a Nação.
Apesar de dominar a posse de bola (mais de 70%), o Rubro-Negro não conseguiu transformar o volume de jogo em gols. Neymar, de volta ao futebol brasileiro, marcou nos minutos finais e decretou a vitória santista. Mas, em meio ao noticiário fervilhando com temas extracampo, como o impacto crescente dos
jogos de azar online, que já estampam camisas, estádios e transmissões, a prioridade para o Flamengo segue clara: retomar o foco dentro das quatro linhas e reconquistar o topo com autoridade.
O revés contra o Santos vem logo após uma campanha marcante no Mundial de Clubes da FIFA, disputado nos Estados Unidos. O Flamengo chegou com moral e saiu com respeito internacional. Na fase de grupos, a vitória por 3 a 1 sobre o Chelsea, então campeão europeu, foi um dos grandes destaques do torneio. Com intensidade, coragem e organização, o Mengão calou os ingleses e liderou a chave com propriedade.
O prêmio? Um confronto direto nas oitavas de final contra o Bayern de Munique. E o time de Filipe Luís não decepcionou. Saiu atrás, lutou, buscou o placar e chegou a empolgar a torcida ao diminuir para 3 a 2, com um pênalti bem cobrado por Jorginho após cruzamento de De?Arrascaeta. Mas o quarto gol alemão esfriou a reação. Flamengo caiu de pé. Foi um jogo digno de semifinal, mas infelizmente antecipado pela dureza do chaveamento.
“Mostramos que pertencemos a esse nível” disse Filipe Luís após a partida. E a torcida concordou.
Agora, de volta ao Brasil, a missão é clara: usar essa experiência internacional como combustível. Com 30 pontos em 16 rodadas e o segundo melhor saldo de gols, o time mostra consistência defensiva e repertório ofensivo. Mas o tropeço na Vila acende um sinal: não dá pra vacilar.
Pedro ainda busca sua melhor forma após lesão, Jorginho vem se adaptando bem, e nomes como Bruno Henrique, Pulgar e Léo Ortiz têm mostrado que o elenco tem peças para encarar o calendário apertado. Filipe Luís, exigente como sempre, fez questão de cobrar comprometimento do grupo — inclusive dando um puxão de orelha público em Pedro, em entrevista recente. É o tipo de cobrança interna que, no Flamengo, costuma dar resultado.
A briga pelo título promete ser acirrada. O Cruzeiro vem embalado, o Bragantino surpreende e o Palmeiras é sempre perigoso. O Fluminense, que também brilhou no Mundial, ganha moral e pode pintar como franco-atirador. A diferença entre os primeiros é mínima, e cada rodada pode mudar o cenário.
Por isso, o jogo deste fim de semana tem peso dobrado. É chance de mostrar reação imediata, de recuperar a confiança após a derrota, e de deixar claro para os rivais que o Flamengo segue forte na luta pelo bi. Não é só sobre três pontos, é sobre postura, resposta e reafirmação.
E no horizonte já desponta a Libertadores, com o mata-mata se aproximando. O desafio será conciliar todas as frentes: Série A, Copa Libertadores. A torcida quer tudo. E o elenco sabe disso. Cabe agora a Filipe rodar bem o time, manter a intensidade e continuar fazendo o que o Flamengo tem feito de melhor: competir em alto nível.
A verdade é que o Mundial deixou um recado: o Flamengo está pronto pra encarar qualquer um. A vitória sobre o Chelsea e a batalha contra o Bayern foram provas disso. Mas antes de sonhar novamente com a Europa, o clube precisa garantir a soberania por aqui.
A derrota para o Santos pode ter sido um tropeço, mas também pode ser o empurrão que faltava para o time voltar a voar. A Nação espera, e o Flamengo sabe que está mais do que vivo na disputa.
Eles já viram o topo do mundo. Agora é hora de subir de novo.
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