O Flamengo, atualmente reconhecido como uma das principais potências financeiras do futebol brasileiro e possuindo uma das melhores infraestruturas do mundo, viveu tempos bem mais modestos nas últimas décadas. Em uma conversa no Charla Podcast, Diego Tardelli, que defendeu as cores do clube em 2008, compartilhou suas memórias daquele período, ressaltando as dificuldades enfrentadas pela equipe. Ele descreveu sua experiência como "um período legal, um período gostoso", mas logo complementou de forma bem-humorada que o pagamento era incerto: "Eu não recebia (risos). Era de três em três, de quatro em quatro meses”.
Tardelli também relembrou as condições do vestiário da Gávea, onde o Flamengo treinava na época, mencionando até a presença de baratas, a falta de chuveiro quente e ar-condicionado no centro de treinamento. "O futebol era assim naquela época. Tinha umas baratinhas passando no vestiário de vez em quando. Era só a Gávea... chuveiro quente, quentinho (ironia), ar-condicionado...(risos)", descreveu. Apesar das dificuldades, ele expressou sua gratidão por ter jogado no clube: "Hoje é outro nível. Foi sensacional (jogar lá)", afirmou.
Durante a entrevista, o atacante também recordou a dolorosa eliminação do Flamengo na CONMEBOL Libertadores para o América do México, que ocorreu em pleno Maracanã. Após vencer o primeiro jogo por 4 a 2 no México, a equipe, sob a orientação de Joel Santana, foi derrotada por 3 a 0 no jogo de volta, dando adeus ao torneio. Tardelli lembrou com certa frustração: "Ali era uma das Libertadores que eu tinha certeza que ia ser campeão. Por que, passando do América do México, não lembro quem era, mas estava tudo certo... teoricamente, tínhamos grande chance de ser campeão da Libertadores”.
Ele também compartilhou um momento marcante após a desclassificação, quando percebeu que havia sido vitima da fúria da torcida: “Eu lembro que saí umas 2h da manhã do Maracanã. Não tinha ninguém na rua. Eu estou saindo com o carro, só escuto o vidro do carro... torcedores escondidos na moita, esperando os carros saírem, meu vidro todo quebrado, vidro arregaçado. Loucura... não tinha dó não”, concluiu Tardelli.




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