Apenas profissionalizar a arbitragem não soluciona os desafios do futebol brasileiro

11/10/2025 12:03

Apenas profissionalizar a arbitragem não soluciona os desafios do futebol brasileiro

Apenas profissionalizar a arbitragem não soluciona os desafios do futebol brasileiro

Uma semana inteira em que o principal tema do esporte no Brasil foi o clássico entre São Paulo e Palmeiras, que terminou em 3 a 2 para o time palmeirense. No entanto, o foco não foi apenas a partida em si, mas as inúmeras polêmicas e erros cometidos pela arbitragem e pelo VAR. Discutir a profissionalização da arbitragem vai muito além de apenas garantir salários e treinamentos; é essencial abordar a gestão do futebol como um produto. A verdade é que o futebol é, sim, um produto. E, quando bem gerido, pode se tornar altamente rentável.

Para que o esporte seja um bom produto, ele deve ser administrado de forma profissional, oferecendo grandes espetáculos e atingindo o seu público-alvo com excelência. O futebol deve satisfazer as necessidades de seus consumidores e ser trabalhado com foco na fidelização dos clientes. É possível observar que algumas modalidades esportivas atraem público mesmo na ausência de torcedores fiéis, apenas por oferecer uma experiência positiva. Muitos vão a ginásios e estádios de eventos como a NBA, futebol americano e os tradicionais campeonatos europeos, atraídos pelo espetáculo que estas competições proporcionam.

Existem várias vertentes do futebol, e todas elas necessitam de um padrão elevado de qualidade para que o produto final, o jogo, seja eficaz e de excelência. Um bom estádio, um gramado em condições adequadas, uma arbitragem competente, a presença de jogadores preparados, fair play no campo e nas finanças, e gestores qualificados são elementos fundamentais. A relação entre esses aspectos é crucial; se algum deles falha, a qualidade do produto é comprometida. Assim, uma arbitragem ruim em um clássico como São Paulo e Palmeiras sinaliza a necessidade de uma revisão na estrutura e processos envolvidos.

A profissionalização da arbitragem no Brasil iniciou com a Lei nº 12.867, que regulamentou a profissão em 2013, embora tenha sido revogada pela Lei Geral do Esporte em 2023. Essa nova lei trouxe avanços, mas a implementação efetiva ainda enfrenta desafios. Apesar de árbitros da Série A do Brasileirão ganharem salários relativamente bons, a maioria dos árbitros não possui o mesmo nível de remuneração e enfrenta grande instabilidade financeira e emocional, uma vez que dependem de escalas e performances para serem remunerados.

A gestão profissional e a meritocracia são essenciais para que a arbitragem evolua no Brasil. A criação de uma empresa independente dedicada à arbitragem, com recursos tecnológicos modernos e uma educação padronizada, poderia melhorar a qualificação dos árbitros. Atualmente, a formação dos árbitros varia entre as federações estaduais, o que gera desigualdade e dificuldades de acesso à profissão. Medidas como a ‘devolutiva’ realizada pela CBF e a criação de programas de apoio financeiro, como na Federação Paulista de Futebol, são passos positivos, mas insuficientes se não houver uma reforma mais ampla.

A verdadeira essência da profissionalização envolve um conjunto de habilidades que englobam conhecimento, habilidade e atitude. A definição de um bom profissional no mercado de trabalho, que inclui compromissos como adaptabilidade e proatividade, deve também ser aplicada aos árbitros. Um árbitro que busca se desenvolver constantemente, por meio de treinamentos e estudos, pode ser considerado um profissional exemplar.

Em outros países, a arbitragem é tratada de maneira mais profissional. Na Inglaterra, por exemplo, existe uma organização independente que gerencia os árbitros e oferece salários fixos, além de taxas por partida. Já na Espanha, um árbitro pode ganhar um salário fixo e um pagamento considerável por jogo. Essa estrutura de apoio e capacitação contribui para a melhoria da qualidade na arbitragem e, consequentemente, na experiência dos torcedores.

A cultura brasileira também influencia o produto futebol. A falta de união entre clubes e a política no esporte comprometem a qualidade da arbitragem e do jogo. A criação de uma liga única e uma organização independente para a arbitragem podem ser soluções eficazes, mas dependem do comprometimento de todas as partes envolvidas. Além disso, a promoção de valores como fair play, respeito e a diminuição da violência e do preconceito são fundamentais para elevar a qualidade do espetáculo que o futebol brasileiro oferece.

Por fim, melhorias significativas no futebol demandam esforços de todas as partes envolvidas. Desde a realização de uma gestão adequada por parte dos clubes até a formação de árbitros competentes e éticos, cada elemento é crucial para garantir que o futebol brasileiro se torne um produto de excelência que atraia e fidelize torcedores.

610 visitas - Fonte: espn


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