Zico no último carro fecha o desfile da Imperatriz: coroa na mão e reverência da arquibancada

Um rei nunca perde a majestade. Acostumado a emocionar plateias no Maracanã, Zico viveu a primeira experiência de vibrar com a massa da arquibancada do carnaval carioca, na Marquês de Sapucaí. Em desfile empolgante ao ser homenageado pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense, o Galinho aplaudiu e foi aplaudido, transformando a arquibancada da passarela do samba em um Maracanã aos gritos de "Ei, ei, ei, o Zico é nosso rei!" e "Mengo".

Mas Zico, aniversariante do dia com 61 anos, transcende rivalidade e arrebatou todas as cores e agremiações para embalar o desfile do enredo "Arthur X - O Reino do Galinho de Ouro na Corte da Imperatriz". Foi uma verdadeira viagem no tempo com a participação de craques do passado e técnicos do presente. O esquenta foi no embalo do hino do Flamengo e um dos primeiros carros trouxe o início da história.

Com um enorme boneco representando um Arthurzico deitado e sonhando em Quintino, subúrbio carioca, os irmãos do Galinho Nando, Edu, Zezé e Tonico Coimbra espalhavam simpatia para a arquibancada. Mais atrás, o ídolo tricolor Rivellino era destaque em outro dos carros.

A escola contava com 3.300 componentes em 30 alas, com sete alegorias. Entre fotos e vídeos de Zico no Flamengo e na seleção brasileira, craques do passado reverenciavam o Galinho. Em um carro muito bem ornamentado, múltiplas taças do Mundial de 81 se destacavam, douradas, enquanto no alto, também trajados com ternos dourados, craques da geração de 81 acenaram para a arquibancada. Júnior, Leandro, Marinho, Peu, Rondinelli, Andrade, Adílio, Raul e Cantarelle exibiam simpatia e emoção.

Os rivais também não ficaram fora. Principais adversários ao longo da carreira, Botafogo, Vasco e Fluminense tiveram, cada um, uma ala. Edmundo representava os cruzmaltinos, enquanto Deco vestia um terno com o brasão tricolor. Em seguida, mais reverências aos rivais.

Gonçalves carregava no peito a Estrela Solitária do Botafogo, Roberto Dinamite, atual presidente do Vasco representava, claro, o clube, enquanto Arthurzinho vestia as cores do Fluminense. Em seguida, um carro do Maracanã destacava o fato de o Galinho ser o maior artilheiro da história do estádio, com 333 gols.

O Flamengo esteve muito presente em cores rubro-negras, mas, principalmente, em um carro com um grande urubu-rei no alto, repleto de artistas e nomes ligados ao Flamengo, como o atual presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, e o técnico, Jayme de Almeida. Este último, aliás, não escondeu a emoção.

"Hoje foi um dia especial. Zico é um amigo do peito. estou até sem voz. Foi muito bonito. A festa foi linda e ele está de parabéns. Ver essa avenida cantando e batendo palma para ele", disse Jayme ao fim do desfile, em entrevista à Rede Globo.

Astro da festa, Zico fechou o desfile. No último carro, ele estava no alto, com um terno rubro-negro e um capa verde e branca, da escola. Além disso, ele trazia em mãos a coroa da Imperatriz e que representava, também, a sua majestade. No carro, mais abaixo, ainda vinham a mulher, Sandra, e os filhos, Júnior, Bruno e Thiago. Ao chegar no fim da avenida, Zico parou, saudando o publico que não parava de aplaudi-lo, aos gritos de "Mengo" ao fundo.

"Foi bacana, muito bonito, muito feliz. Obrigado à Imperatriz, a esse povo bonito. A gente fica feliz. Eu procurei vir brincando, me divertindo e saudando esse povo lindo. Fiquei muito feliz", agradeceu Zico.

E assim, por alguns minutos, a Marquês de Sapucaí viveu mais uma vez momentos de Maracanã. Um aniversário para ser, literalmente, inesquecível.