Samarone, um nome que pode não ecoar de imediato na lembrança dos torcedores, é uma figura que deixou sua marca no Flamengo. A história do meia, amplamente reconhecido como Samarone, remonta ao dia 12 de setembro de 1971, quando ele se tornou o autor do primeiro gol em um confronto entre Flamengo e Santos pelo Campeonato Brasileiro, garantindo a vitória do Fla por 1 a 0 no Maracanã.
Nascido em Santos em 1946, Samarone construiu sua carreira no futebol passando por equipes como Portuguesa Santista e Fluminense, onde se tornou ídolo ao conquistar o Campeonato Carioca em 1969 e a Taça de Prata em 1970. No entanto, sua jornada rubro-negra começou em um momento delicado para o Flamengo, que buscava recuperar-se após um início de temporada complicado. Após deixar o Fluminense, o jogador foi contratado pelo Flamengo, onde ocupou a cobiçada camisa 10 antes da chegada de Zico.
Em sua estreia no Flamengo, Samarone não teve sequer a chance de treinar com a equipe, mas ele estava familiarizado com seus novos colegas de time. Durante sua passagem, ele destacou a importância de sua função no campo. “Esse time precisava de um homem de ligação”, explicou ele, enfatizando a necessidade de uma conexão entre defesa e ataque.
Entre seus momentos memoráveis, um gol antológico contra o Santos se destacou, onde ele conseguiu deixar Ramos Delgado, um dos defensores mais respeitados da época, na expectativa. “Um gol muito bem elaborado. O Maracanã estava lotado, e o time jogava em alta performance”, recordou Samarone em entrevista.
Apesar de suas habilidades notáveis, os desafios se acumularam. O Flamengo, na época, não conseguiu avançar para a segunda fase do Campeonato Brasileiro, em parte devido à ausência de jogadores-chave que foram convocados para o Pré-Olímpico. Samarone lamentou a falta de entrosamento após essas saídas: “O time estava um conjunto”, disse ele, refletindo sobre um potencial que não se concretizou em títulos na sua passagem pelo clube.
Ao olhar para trás, Samarone expressa uma profunda gratidão pelas experiências vividas tanto no Fluminense quanto no Flamengo. Ele se despediu do Rubro-Negro após desavenças com o técnico Zagallo, um desfecho que frustrou o jogador, que possuía grande habilidade e era conhecido por seus “dribles secos” e “chutes potentes”, apelidados de “Os canhões de Samarone“.
Aos 79 anos, Samarone leva uma vida tranquila em Cascavel, Paraná, onde, após encerrar sua carreira, formou-se em Engenharia Civil. Apesar de suas dificuldades no Flamengo, ele destaca o carinho da torcida como um dos maiores presentes que o futebol lhe proporcionou. “Foi sensacional jogar no Flamengo. O carinho que essa torcida teve comigo foi demais. Fui ídolo no Fluminense e me tornei ídolo novamente no Flamengo”, concluiu.




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