Na última quinta-feira, o atacante Bruno Henrique, jogador do Flamengo, foi julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O resultado do julgamento foi uma multa de R$ 100 mil, que é o valor máximo estipulado pelo código, mas Bruno Henrique está liberado para continuar jogando. O julgamento teve início por volta das 15h (horário de Brasília) e durou pouco mais de duas horas, culminando em seis votos pela aplicação da multa e três para uma punição mais severa.
Michel Assef Filho, advogado do Flamengo, declarou que a elucidação dos fatos foi essencial para distinguir este caso dos ocorridos em episódios anteriores, como a conhecida Operação Penalidade Máxima. Em suas palavras, ficou evidente que o que aconteceu com Bruno foi diferente e, portanto, não caberia aplicar as regras dos artigos 243 ou 243A, que tratam de situações específicas de manipulação de resultados.
Bruno Henrique não estava presente durante a sessão, tendo acompanhado tudo de forma virtual. As discussões e votações começaram após um pedido de vista do processo na semana anterior. O auditor Marco Aurélio Choy, que presidia a sessão, comparou o caso de Bruno às operações anteriores, ressaltando que a infração se tratava apenas do compartilhamento de informações relevantes, não um ato deliberado de manipulação.
Bruno Henrique foi inicialmente acusado de forçar um cartão amarelo durante uma partida em 2023 contra o Santos, visando beneficiar apostadores. Em um julgamento anterior, havia recebido uma suspensão de 12 jogos, mas desde então atuava sob efeito suspensivo enquanto aguardava a resolução deste recurso. O Flamengo, por sua vez, já havia recorrido contra a penalidade aplicada inicialmente.
No presente julgamento, os auditores avaliaram diferentes cenários e as consequências das condutas do atleta. O auditor Maxwell Vieira opinou que a postura de Bruno Henrique poderia ser vista como responsável pela movimentação ilegal no mercado de apostas e, assim, discordou da decisão original, votando por uma punição mais rigorosa.
A discussão se intensificou quando o auditor Luiz Felipe Bulus chamou a atenção para as semelhanças entre este caso e a Operação Penalidade Máxima, onde a manipulação de cartões amarelos também esteve em foco. Bulus foi inflexível ao afirmar que ações do jogador não poderiam ser justificadas sob qualquer circunstância, pois envolviam um comportamento antiético.
Outros membros do STJD também destacaram suas preocupações com a ética no esporte e a posição do Flamengo em relação ao controle das ações de seus atletas. Ao final, a maioria optou pela decisão de aplicar apenas uma multa, encerrando assim o caso de Bruno Henrique no âmbito do STJD.




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