A Terceira Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) aprovou, por unanimidade, o recurso do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que buscava tornar o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, réu por estelionato. Além dele, outras oito pessoas, incluindo seu irmão e cunhada, também foram incluídas na acusação. Se considerados culpados, eles poderão enfrentar penas de um a cinco anos de prisão.
Bruno Henrique já havia sido reconhecido como réu por fraude esportiva em julho. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) havia anteriormente solicitado a inclusão da acusação de estelionato, mas um juiz da primeira instância negou o pedido, alegando falta de evidências suficientes. A defesa do jogador argumentou que as apostas feitas foram baseadas em informações privilegiadas, o que não caracteriza estelionato sem uma denúncia formal das casas de apostas.
O desembargador Demétrius Gomes, relator do caso, discordou da decisão anterior, afirmando que a comunicação feita pela International Betting Integrity Agency (IBIA) demonstrava o interesse das empresas de apostas em punir os envolvidos. Ele destacou que a atuação da IBIA elimina argumentos que poderiam ser utilizados a favor da defesa.
No julgamento realizado nesta quinta-feira, a justiça também negou a solicitação de pagamento de fiança no valor de R$ 2 milhões. Os desembargadores argumentaram que Bruno Henrique não apresenta risco de fuga, justificando a ausência de medidas cautelares.
A defesa de Bruno Henrique manifestou sua indignação com a decisão do TJDFT e anunciou a intenção de recorrer, reiterando a confiança na Justiça e enfatizando que o julgamento vai de encontro a uma decisão fundamentada anterior.
No início de novembro, Bruno foi sancionado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com uma multa de R$ 100 mil, o máximo permitido pelo regulamento. Essa decisão é final e não cabe apelação, encerrando assim o caso na esfera desportiva.
O caso envolve acusações de que Bruno Henrique teria atuado para receber um cartão em uma partida do Campeonato Brasileiro contra o Santos, que ocorreu em Brasília. Este ato teria beneficiado seu irmão e outros apostadores que confiaram que o jogador receberia um cartão, o que de fato aconteceu.
A decisão do juiz Fernando Barbagalo, que inicialmente aceitou a denúncia, se baseou no aumento considerável de apostas relacionadas ao cartão do jogador e no padrão atípico das contas que realizaram essas apostas.




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